Reconstruir é preciso

Pe. Luiz Augusto.
A cada dia, tenho mais certeza de que Jesus me chamou para viver a plenitude do Evangelho, pois, jamais me conformo com esse mundo. Por isso mesmo não quero apenas denunciar o mal, mas quero, acima de tudo, ter atitudes que motivem a fé e a esperança, e também a busca do bem para o outro.

Ultimamente, algo vem me incomodando mais. É o conformismo de quem se apoia no discurso de sempre dizer que é assim mesmo, que não tem jeito não, porque nada vai mudar.

Ando pelos bairros mais distantes de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Trindade, e vejo que a situação do povo é de total calamidade em todos os aspectos: moral, físico, espiritual... O povo está vivendo como bicho, destituído sempre mais de sua dignidade. Chego à conclusão de que educação e saúde não interessam de jeito nenhum aos dirigentes de nosso país. Tudo é só discurso e promessa.

Abandonada e até por falta de percepção ou tempo, a maioria da população não percebe como estamos chegando ao caos, apesar das propagandas afirmarem o contrário. Por exemplo, os bairros periféricos estão abandonados, sem nenhuma atenção dos governantes. Falta tudo, porque ao povo também falta disposição. Acredito que, para haver as mudanças necessárias, tendo em vista a situação de abandono do trabalho em prol da população, é preciso um recomeço com empenho e dedicação em todos os níveis. Na área da saúde nós estamos sempre ouvindo e vendo as tragédias, mas isso ainda não traduz com exatidão a humilhação que é alguém depender de atendimento médico de urgência.

O problema da falta de UTI, por exemplo, é muito grave, aliado ainda à necessidade do paciente de permanecer no CAIS, enquanto aguarda transferência para algum hospital. Os CAIS não têm os remédios necessários para segurar a vida do paciente. A não ser que a família compre, como aconteceu comigo. É algo preocupante perceber essa situação de desrespeito à vida, à família, aos valores naturais do ser humano. De um lado, os que detêm o poder, na sua maioria, não querem nada com nada. De outro lado, o povo que vive no mundo da lua, sem nenhum zelo com a própria casa, não sabendo discernir entre o bem e o mal, entre o que convém e o que não convém.

As atitudes de mudanças cabem a nós, homens e mulheres de bem, que acreditam que a vida e a família são o melhor presente de Deus. Por favor, acordemos! Todos somos responsáveis pela reconstrução desse mundo.

Padre Luiz Augusto, Paróquia Santa Terezinha, Aparecida de Goiânia.

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