A Igreja Católica como indutora da valorização imobiliária e expansão do setor de prestação de serviços em Trindade.

Casa ao lado da loja Novo Mundo já foi demolida
e dará lugar a uma outra empresa.
A valorização imobiliária em Trindade é algo real, incontestável. Nos últimos tempos quem investiu em imóveis na cidade se deu bem, com certeza. E isso, ao meu ver começou com a chegada das lojas Casas Bahia ao município. Para se instalar na Avenida Manoel Monteiro, a gigante brasileira do comércio de móveis, eletrodomésticos e utilidades do lar, comprou alguns imóveis no centro da cidade elevando os preços, todo mundo se lembra daquela época.

Nos últimos anos o trabalho missionário comandado pelo Padre Robson de Oliveira Pereira, Reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno ganhou um alcance e dimensão impressionantes, com isso, atraindo também maiores doações para a AFIPE (Associação Filhos do Pai Eterno) se refletindo nos negócios imobiliários em Trindade. Mas o que uma coisa tem a ver com outra

É o seguinte, amigo internauta. A AFIPE é, digamos, o braço financeiro que viabiliza mediante o recebimento de doações dos fieis a construção da nova Basílica de Trindade, cujas obras já se encontram em andamento, todo mundo sabe disso. E para construir o que os líderes católicos chamam de a “Nova Casa do Pai” foi necessário que a AFIPE realizasse uma série de operações envolvendo aquisições de terrenos na região.

E quando há algum forte comprador no mercado cria-se um certo alvoroço entre os detentores de imóveis para vender. Neste caso, houve aumento de preços, não há como negar. Afinal quem é que não deseja fazer aquele negócio imperdível, de ocasião? E a AFIPE tem comprado muitos imóveis no município. Isso é um aspecto, claro. Apareceram inúmeros outros agentes neste mercado agora aquecido na “Capital da fé”, vale dizer.

Na onda da expansão do turismo religioso em Trindade, para onde milhares de fieis católicos se deslocam semanalmente para participar das celebrações comandadas pelo Padre Robson, deu-se um crescimento na quantidade de pousadas na cidade. Mas não é só isso. Outras empresas passaram a investir mais em novas sedes principalmente na Avenida Manoel Monteiro, no centro de Trindade.

Recentemente uma loja de móveis adquiriu uma casa na Avenida Manoel Monteiro e derrubou o imóvel onde será construída sua nova unidade. Com isso aquele trecho da principal Avenida de Trindade, entre a Avenida Raimundo de Oliveira e a Avenida B (uma referência mais fácil, a Agência do Banco do Brasil), terá uma forte concentração de lojas de móveis, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, enfim toda sorte de coisas para o lar. Falamos da Eletrosom, das Casas Bahia, e da Novo Mundo. É, amigo, a concorrência será acirrada mesmo por ali.

Mas voltemos aos negócios imobiliários. Os preços dispararam, pois qualquer casa por ali teve o preço salgado demais da conta. Na mesma Avenida Manoel Monteiro, nas proximidades do Ginásio de Esportes Amando Grecco, uma casa foi vendida, segundo dizem por mais de 800 mil reais! Por essa razão quem possui imóvel na região sempre começa uma negociação falando de milhão para cima. Quem entende de negócio conta que a maioria das transações acaba saindo por muito menos do que a pedida inicial. É aquela conversa de vendedor: “Diga que eu te digo”.

Mas isso tudo aqui é para dizer como é importante em Trindade o papel da Igreja Católica, inclusive e sobretudo, na vida econômica do município. Afinal de contas, a expansão do setor de prestação de serviços da cidade e a valorização imobiliária a que assistimos não é resultado de nenhuma política de governo nem do Estado, muito menos da Prefeitura da “Capital da fé”. Os indutores do crescimento econômico do município geralmente não têm contado, historicamente, com o apoio do poder público local. Ou estarei enganado?

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