Violência que nos amedronta é fruto das notícias da imprensa. Será que é isso mesmo, secretário?


Ainda que o secretário de Segurança Pública de Goiás, Joaquim Mesquita, defenda que os níveis de criminalidade estão normais e que, portanto, existe mesmo é uma “sensação” de insegurança provocada pela veiculação de matérias na imprensa sobre violência, o bicho continua pegando por aqui na vida real. Com todo o respeito, negar o problema não faz o dito cujo sumir do mapa muito menos soluciona a questão. O buraco é mais embaixo.

Desnecessário ficar citando estatística da criminalidade goiana para o sujeito perceber que a coisa está ficando a cada dia que passa mais feia para o distinto público. Se o assunto é assassinato, como deixar de ver que se está matando gente à luz do sol, diante de câmeras, em locais públicos e não raras vezes cheios de gente? Roubos, furtos, e assaltos seja em casas ou de carros, por exemplo, viraram acontecimentos de uma banalidade ímpar por aqui. Claro, falamos somente daquelas modalidades mais corriqueiras e agressivas também.

Ora, os caras usam drogas ilícitas (Eita, nomeclatura serelepe! rs), crack, por exemplo, onde lhes dão na telha. Logo, há quem venda a mercadoria aos consumidores. Há um local na capital que o pessoal até diz se chamar “Robauto”, várias lojas que comercializam autopeças de origem duvidosa, para dizer o mínimo. A polícia está sempre correndo atrás da bandidagem, mas o negócio está meio que fora de controle. Pelo menos é essa a impressão de muita gente.

O negócio ficou tão sério que a gente ouve relatos de coisas absurdas acontecidas com pessoas muito próximas, do dia a dia mesmo. Contaram-me, por exemplo, que dois irmãos, adolescentes ainda, saíram da escola durante a tarde ao final das aulas e caminhavam para casa. No caminho foram abordados por bandidos que os agrediram covardemente. Aliás, uma característica desse tipo de gente. Os malas certamente queriam, no mínimo, um aparelho celular.

Outro caso que me chegou ao conhecimento. Um grupo de amigos, jovens também, saíam de casa no início de uma noite qualquer quando bandidos anunciaram assalto e fizeram um “limpa” geral nos meninos. Um deles não levava consigo nada de valor. Resultado: O coitado do garoto levou uma sova daquelas do criminosos justamente porque não tinha nenhum objeto de valor ou dinheiro para saciar a ganância dos “malas”.

Quando a gente fica sabendo de fatos como estes, ocorridos em Trindade mesmo, se torna impossível concordar com o argumento do secretário de Segurança Pública de Goiás de que a situação não é tão grave assim, mas fruto do noticiário recheado de fatos violentos. Até porque, a imprensa não inventa notícia, como todos sabemos. Repórteres ficam sabendo das coisas e tratam de contá-las ao público, é assim que a coisa funciona.

Dizem por aí que contra fatos não há argumentos. Muito bem, seria melhor para todos que as autoridades reconhecessem que o problema (a criminalidade está tirando o sono das pessoas comuns) existe, é sério, difícil de ser solucionado. Agora, ficar dizendo que o bicho não é tão feio como se está pintado, ajuda em nada. Na vida real, a gente aqui continua se sentindo inseguro sim, senhor.

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