Editorial do jornal O Popular trata da responsabilidade inclusive da população pela explosão dos casos de dengue em Goiás.


Record em dengue

O número de casos é grande demais para não causar alarme, Goiás está verdadeiramente sob o cerco da dengue e a reação dos organismos de saúde e da própria população não acompanham a assustadora dimensão dessa realidade, infelizmente.

Goiânia, Luziânia e Aparecida de Goiânia registraram 12,41% dos casos de dengue notificados em todo o Brasil. A capital goiana é a cidade com o maior número de registros até a nona semana epidemiológica deste ano, com 6.089 casos, seguida pela cidade do Entorno do Distrito Federal (2.888) e por Aparecida de Goiânia (1.838). Apenas a quarta cidade brasileira com mais casos não é de Goiás, é Campinas (SP).

Já é por demais evidente que o combate às condições de formação de focos do mosquito transmissor é fraco e que as campanhas educativas não são convincentes, pois assim mostram os resultados.

As autoridades reclamam da falta de cooperação de pessoas que deveriam ajudar e muitas vezes, pelo contrário, atrapalham, de modo até intencional. Mas não agem no sentido de que essas pessoas sejam advertidas e, quando for o caso, punidas. Isto também tem de mudar. A dengue continuará atacando forte se não se manifestarem as devidas reações. É muito importante frisar a responsabilidade da população nestes recordes, pois grande parte dos focos de infestação estão intramuros, ou seja, dentro das residências.


E eu concordo
Internautas que frequentam vez por outra este blog já deram de cara alguma vez com minha preocupação com a dengue, em Trindade e região. E o editorial acima, em azul, do jornal O Popular http://www.opopular.com.br (20.03.2014), no meu modesto entendimento, está correto ao dizer que a população é também responsável por esse nível escabroso de ocorrência de dengue em Goiás.

Fica fácil botar a culpa de tudo nos outros, especialmente nos governos, sejam os prefeitos, governadores e a presidente da República. Mas acontece que a sujeira que a gente vê pelas ruas, os lotes baldios, o descuido nas casas com lugares que empoçam água e se tornam berçários do mosquito aedes aegipty transmissor da dengue, decorre, inúmeras vezes, de ações e omissões das pessoas de um modo geral.

A população precisa mesmo acordar, tomar atitude, fazer sua parte, principalmente cuidando de suas casas e lotes. As pessoas devem parar de jogar toda sorte de lixo onde lhes dá na cabeça. O sujeito acha normal descarregar o lixo do carro, por exemplo, jogando tudo pela janela do veículo em movimento. Já me cansei de ver isso nas ruas de Trindade e Goiânia. Dia desses um motorista, do meu lado aguardando o sinal abrir, na Avenida Leste-Oeste esquina com a Avenida Anhanguera, sorveu até a última gota de sua lata de refrigerante, pegou mais alguns papéis e jogou tudo no canteiro central da pista. Claro que o capim por lá está passando da hora de ser cortado (Alô, Prefeitura de Goiânia!), mas nada justifica emporcalhar as ruas dessa maneira.

Outra coisa, imagino, que a população precisa fazer imediatamente é cobrar às autoridades da área da Saúde Pública ações efetivas para melhorar a qualidade do atendimento às pessoas infectadas e doentes. O diagnóstico também tem que experimentar alguma melhoria, em termos de precisão. Não é possível que isso seja mesmo impossível de ser feito. Agora, não dá mais é para ficar todo mundo meio que à espera de um milagre capaz de exterminar a dengue do meio de nós, assim como num passe de mágica. É muita irresponsabilidade ou preguiça mesmo.


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