Vendedores ambulantes atuam até durante Missa Campal de encerramento da Romaria.

Multidão de fiéis na Missa de Encerramento da Romaria
do Divino Pai Eterno agora à noite em Trindade
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Longe de mim posar aqui de conhecedor da Bíblia e seus ensinamentos, internauta incrédulo. Mas hoje à noite, na Praça Dom Antônio, no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade, durante a celebração da missa solene de encerramento da Romaria 2014, me veio à cabeça o que está escrito em Mateus 21:12: “E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.”

O motivo é que enquanto acontecia a missa, vendedores ambulantes não paravam de circular entre a multidão de fiéis que se dirigiram à Praça da Basílica de Trindade para participar daquele importante momento que marcava o término de mais uma Romaria dos devotos do Divino Pai Eterno. A todo momento ouvia-se um “olha a água”, “olha a pipoca”, “olha a vela”, “olha o banquinho só dez reais”. Talvez eu esteja muito enganado mais acho que naquele momento não era para ninguém estar fazendo negócios de maneira alguma naquele lugar.

Nem se discute que é melhor que o sujeito esteja trabalhando sempre, mas estamos falando de uma missa e não de um show ou evento qualquer como nos estádios onde os vendedores ficam de um lado para outro de modo vertiginoso e numa gritaria irritante também oferecendo seus produtos. Na missa, mesmo sendo campal, é lugar para se prestar atenção, buscar o máximo de introspecção possível, tentar refletir sobre a própria vida à luz da Palavra, bem como louvar, dar graças e bendizer a Deus. Definitivamente, isso de se ter gente vendendo, que seja vela utilizada na celebração para se reafirmar o compromisso feito pela pessoa ao ser batizada, depois a mesma é apagada, nem isso justifica a ação de vendedores naquele lugar e naquela hora.

É evidente que controlar isso é algo extremamente difícil. Os fiéis deviam se manifestar contrários à presença e ação de vendedores durante qualquer celebração religiosa, mas se tem gente vendendo é porque infelizmente há pessoas comprando, convém salientar. Ah, mas se o vendedor for da própria igreja, comercializando itens do catálogo próprio, pode? No meu entendimento também não. De jeito algum. Isso vale para todos. Antes e depois da celebração, acho eu, é que pode se fazer essas coisas, mas iniciada a celebração é hora de todos se concentrarem no altar, e pronto.

Apesar dessa contrariedade, a celebração foi bacana. Como sempre o final, digamos, apoteótico com a queima de fogos de artifício ao som do Valter José cantando “Já cumpri minha promessa...” é sempre algo inesquecível para quem tem a oportunidade de participar deste verdadeiro espetáculo de fé e devoção ao Divino Pai Eterno. A gente fica assim revigorado para enfrentar a outra metade do ano, que só começou, e mais disposto para tocar a vida adiante, pois o tempo não dá tempo a “seu ninguém”. E tenho dito.


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