O que será que os goianos querem com as eleições deste ano?

Estive pensando aqui com meus botões sobre algumas candidaturas a deputado estadual e federal e a senador também. Na lista dos pretendentes aos respectivos cargos encontramos várias personalidades que estão no mesmo lugar por vários mandatos. Quem é que não gosta do poder, não é verdade? Dizem até que não há afrodisíaco melhor. Deve ser por isso, e por outras coisas também, que “política tem somente porta de entrada”, conforme costume dizer Valdivino Chaves (PSD), ex-prefeito de Trindade.

Os caras se apegam à atividade política de uma certa forma, com tanto gosto, tanta dedicação e empenho que fica difícil haver renovação, surgimento de novos nomes. Lógico, que “espaço não se ganha, conquista-se”. Haverá sempre disputa mesmo. Ninguém chega ao poder e simplesmente abre mão daquilo ali por altruísmo ou consciência de que na democracia é bom que haja rotatividade no exercício de cargos e funções na chamada máquina estatal. Algo semelhante a isso acontece na política se percebe na carreira profissional, na vida também.

Mas acho que o distinto público votante poderia caprichar mais ao exercer a parte que lhe cabe neste processo eleitoral. Basta analisar melhor as candidaturas em cartaz. O sujeito que pede um novo mandato, na reeleição para o mesmo cargo, digamos. É só dar uma espiada e se informar a respeito do que o cara realizou no mandato (ou mandatos) anterior. Há políticos que estão na Câmara dos Deputados em Brasília lá se vão décadas e ainda querem continuar por lá. Mas o que fizeram nestes anos todos no poder? Boa pergunta, concorda?

Não deve ser tão difícil assim encontrar respostas ao questionamento levantado no parágrafo anterior, imagino. Se o camarada fez um bom trabalho propôs leis que melhoraram a vida dos nativos dessa “terra em que se plantando tudo dá”, fiscalizou mesmo os atos e as contas do poder Executivo, defendeu verdadeiramente os interesses gerais dos goianos e não apenas aquilo que interessava a um ou outro indivíduo poderoso, penso, justifica-se a recondução ao cargo. Todavia, a gente olha, olha e olha de novo para a atuação de alguns parlamentares e não consegue enxergar nada de tão relevante assim.

Quer dizer, o eleitor é o sujeito que pode agir dessa forma ao escolher o seu candidato e fazer o processo político-eleitoral caminhar rumo à depuração. Se o eleitor, por seu turno, fica naquela de tentar levar vantagem pedindo dinheiro aos candidatos, a coisa vai é desandar de vez. Quanta estória de venda de voto em troca padrão de energia elétrica, saco de cimento, cestas básicas de alimentos, compra de remédios, recebimento de dinheiro para o candidato afixar bandeira na casa do sujeito, combinado o pagamento semanal para desfilar com o carro plotado, com direito inclusive a uma cota de combustível, dentre outras modalidades de deturpação do embate eleitoral ouvimos falar nas campanhas políticas? E nesses exemplos o eleitor participa do rolo e fala mal dos políticos. Sei!

A realidade é dura nestes casos e não nos autoriza a sermos otimistas demais da conta não. Isso no sentido de se imaginar que o povo, a sociedade em geral, esteja mesmo imbuído da vontade de ver aprimorado o processo político, eleitoralmente falando. Vejamos como ficarão as respectivas bancadas parlamentares (federal e estadual) que o eleitorado goiano irá eleger nas eleições de 5 de outubro deste ano. Daí a gente poderá ter uma sinalização a respeito do que realmente querem os goianos com a política. Quem viver, verá.


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