Enquanto isso no palanque eletrônico...



Às vezes, dedico uma parte do meu tempo precioso, porque é finito e nem sei, como ninguém sabe, onde é que estou “nesta longa estrada da vida”, para assistir algumas partes do horário eleitoral que se encontra em cartaz na atual campanha eleitoral. É mais animada a participação dos candidatos a deputado estadual e federal. Tem muita gente para muito pouco tempo na televisão e no rádio. Segundos que voam e lá estão as futuras excelências falando rápido, meu número é tal, votem em mim. É engraçado. E nos deparamos com cada figura.

Tem um candidato a senador da República cuja proposta de maior destaque é nada mais, nada menos, do que acabar com o Senado Federal. Simples assim. E o poder será todo ele devolvido ao povo. É, o povo goiano, na visão deste político, deve estar mesmo louco de vontade de trabalhar no mínimo 8 horas por dia, cuidar da casa, da família, das contas e depois de tudo isso arranjar tempo para ir a “animadas” reuniões de conselhos que, na ideia do candidato a senador, deverão substituir o Senado. Mas é bacana todo mundo poder se expressar assim, né? E viva a democracia!

Outra coisa que acho bastante curiosa mesmo é a argumentação que um e outro candidato a deputado se utiliza para tentar convencer o incauto eleitor a lhe destinar o voto. O sujeito quer ser deputado mas fala de uma série de ações realizadas como gestor. Por exemplo, o cara foi eleito deputado federal pelo PMDB nas últimas eleições, mas aderiu ao PSDB aceitando ser secretário da Educação. Logo, teve que se licenciar do mandato parlamentar. Fico me perguntando se ser deputado é mesmo o objetivo do cara numa situação dessas. Mas, retomando, aí o nobre político ficou mais tempo como secretário e pede votos novamente para continuar detendo mandato de deputado. Ah, não entendo muito bem isso aí. Ou bem o cabra quer ser parlamentar ou pretende conquistar um novo mandato apenas para continuar tendo cacife político maior e permanecer como estrela de uma futura equipe de qualquer governo que será eleito no próximo dia 5 de outubro.

Realmente, política é uma coisa de doido mesmo. Se um sujeito fica tentando entender a movimentação dos caras acaba restando sempre com mais dúvidas do que certezas. Uma grande estrela da música sertaneja que nem mora em Goiás se candidata a deputado federal. Qual deve ser mesmo a grande vontade que move uma pessoa a entrar numa peleja difícil como essa? Afinal de contas, conquistar uma das 17 vagas de deputado federal, no caso do tamanho da bancada goiana, não é mole não. O trem é custoso toda vida. Além disso, falta dizer para o distinto público votante o que se quer fazer, propor, uma vez estando lá na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Agora, uma grande dúvida que tenho e vou compartilhar com você que de vez em quando me dá a honra da visita a este blog. É o seguinte, será que a maioria desses caras que estão pedindo votos para deputado estadual ou federal sabem mesmo qual o papel, o que faz um parlamentar no exercício do mandato, além de ter direito a um belo salário (ao redor de 30 mil por mês) e a tal de verba de gabinete para gastar? Sei não, viu? Pelo que muitos candidatos falam na propaganda no rádio e na televisão eu fico imaginando uma coisa tipo assim: “Sabem de nada, inocentes”.

PS.: Na verdade, eles sabem de muitas coisas... Política não é lugar de bobo não. O “inocentes” aí é só para manter a frase do “Cumpadi Washington”.


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