Torcendo para que falar mal do outro seja coisa do passado nas campanhas eleitorais.

O debate político precisa melhor em termos de qualidade dos argumentos e meios utilizados para se conquistar apoios e votos nas campanhas eleitorais brasileiras.



Muitos caras que apoiam este ou aquele candidato estão agora nas redes sociais se digladiando. Tem gente que deve estar recebendo algum pra se ocupar disso, tudo bem. Agora, sabemos que muitos defendem pontos de vista, maneiras de expressar o que querem para o futuro do nosso país, de nosso estado, da cidade onde vivemos. Ah, isso sim é fazer política. Nisso eu acredito verdadeiramente.

Mas o debate descamba facilmente para o xingatório pessoal, demonstração de uma forma de arrogância pura e simples também. E isso é ruim toda vida. Tipo assim (adolescência tardia me bateu agora ao usar essa expressão), “a minha ideia é melhor do que a sua, imbecil”. Quando alguém saca esse modelo de argumentação, lembro-me do que a gente diz entre amigos: - “Apelou, perdeu”. Não costumo ir adiante em qualquer bate-papo quando me encontro numa situação dessas. Melhor deixar o sujeito falando sozinho.

Enquanto escrevo este texto tão restrito em ideias e argumentos, que despertará o interesse de pouca gente, certamente há pessoas postando material na linha de pensamento acima referenciada. E agora os caras deram de dizer que o adversário está insuflando o ódio em seus apoiadores contra o outro. Pode por reparo nisso aí. O fulano detona o sicrano e ainda por cima diz que foi justamente o dito cujo quem ofendeu primeiro e merece ser aniquilado do mapa. É um trem muito doido. E muita gente surfa nessa onda que provoca sérios estragos nas relações pessoais.

No entanto, a maioria do pessoal que realmente vai decidir se o candidato A ou o concorrente B será o poderoso pelos próximos quatro anos na presidência da República e lá no Governo de Goiás, tem ligado pouca importância à briga política. Hoje mesmo, agora de manhã, dei uma saracoteada por alguns dos principais pontos de votação no centro de Trindade, Goiás, a 17 quilômetros (trevo a trevo) de Goiânia, e as coisas estão acontecendo dentro da maior normalidade.

Votação não devia ser encarada como disputa de uma partida de futebol, ouso acreditar. E a propósito disso, o que vi agora há pouco é que os eleitores não têm enfrentado sequer filas longas. Cabos eleitorais estão sumidos das proximidades das seções. Que boa notícia! A coleta de votos ocorrendo de forma ordeira, pacífica, tranquila e segura, a gente demonstra que eleição é algo normal dentro da rotina de uma sociedade que lutou e conquistou o direito de viver no regime democrático. E nisso aí, votar e ser votado periodicamente não é evento, digamos, de outro mundo. Faz parte, ora pois. É tanto que, acredito, chegou a hora de se acabar com o voto obrigatório no Brasil.

Ouso acreditar que está com os políticos e também, é claro, com os tais de simpatizantes, apoiadores, militantes, seja lá a denominação utilizada para se referir a quem atua no debate político, a obrigação de mudar a prática. É isso mesmo. Já estamos maduros o suficiente para não termos que ficar ouvindo bobagens sendo ditas por quem terá a responsabilidade de gerir a chamada coisa pública, o dinheiro de todos. Esse pessoal precisa se instruir melhor, se capacitar mais, buscar qualidade e conhecimento para falar coisas que façam sentido para a gente do lado de cá. E de novo, é momento de se encarar a necessidade de se colocar um fim no voto obrigatório.

Essas disputas baseadas em referências aos erros e defeitos dos adversários precisam ser superadas, deixadas de lado. Até porque, no exercício de mandatos ou de quaisquer funções públicas, o camarada está sob os ditames da legislação vigente. Caso haja infração alguma, o sujeito está colocando o pé na peia. Daí, basta que os poderes constituídos sejam acionados para investigar, verificar se há crime e ou punir ou declarar a inocência da pessoa. Nas propagandas e debates político-eleitorais essa prática de falar mal do outro o tempo todo, precisa tornar-se “coisa do passado”. E tenho dito!


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