Peemedebistas e petistas às voltas com expulsão de filiados

Fidelidade partidária é um assunto em comum nas cúpulas do PT e do PMDB em Goiás que podem resultar em expulsões de filiados tidos como rebeldes.


Friboi (PMDB), Felisberto e Tayrone (PT).
Terminadas as eleições 2014, todo mundo sabe quem é que estará no poder a partir de janeiro de 2015, restou aos partidos que perderam a peleja, dar início a uma reorganização das forças internas para os futuros embates eleitorais. No calendário, a propósito, já está definido o pleito municipal para o distinto público votante escolher os vereadores e prefeitos dos 5.570 municípios deste Brasil de meu Deus. E, destes, 246 estão em Goiás.

O empresário José Batista Júnior (PMDB) tentou ser candidato a governador, protagonizou uma luta tremenda com Iris Rezende que levou a melhor sobre o empresário, ficou com a candidatura, mas terminou derrotada por Marconi Perillo (PSDB). Na reta final da campanha, o peemedebista Júnior divulgou carta diminuindo a candidatura de Iris e afirmando que “o melhor nome para o Estado” era o concorrente tucano, algoz do PMDB desde 1998 e, desde lá, não perde uma disputa por aqui.

A Comissão Executiva do PMDB em Goiânia aceitou, nesta terça-feira (18), o pedido de expulsão de Júnior. Foram seis votos favoráveis à expulsão e apenas dois contrários. Com isso, o processo segue para a deliberação do Conselho de Ética do partido, que abrirá espaço para o empresário apresentar sua defesa, justificando, quem sabe, o motivo pelo qual não deve sofrer qualquer punição ao desligamento por ter-se negado a apoiar a candidatura peemedebista ao Palácio das Esmeraldas, onde continuará abrigando um governador tucano por mais 4 anos.

Lá pelas bandas do PT o pessoal anda ouriçado mesmo para expulsar o vereador de Goiânia, Felisberto Tavares, na opinião do presidente metropolitano da legenda, deputado estadual Luiz Cesar Bueno. A batata do vereador já estava assando por causa de seu voto contrário à aprovação do projeto do prefeito Paulo Garcia (PT) que estabelece aumento da planta de valores dos imóveis dos goianienses, que provocará elevação no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para 2015. Só isso já seria motivo para uma dor de cabeça horrível para o nobre edil petista. Claro que o vereador foi suspenso pelo partido.

Ocorre que Felisberto declarou apoio ao então candidato a governador de Goiás, Marconi Perillo, no segundo turno das eleições. Daí, Luis Cesar dizer que “o caso do vereador Tavares é um processo de cumprimento da lei eleitoral que define a fidelidade partidária, porque houve o descumprimento das deliberações do partido, quando ele deixou de apoiar a candidatura do PT e foi apoiar a candidatura do concorrente (Marconi Perillo). A legislação é muito clara em relação a isso”, afirma.

Outro vereador petista e goianiense que está com problemas é Tayrone Di Martino (PT). Ele também votou contra a aprovação do projeto de aumento das alíquotas do IPTU na capital. Tayrone virou “persona non grata” no Paço, o que lhe rendeu suspensão pelo diretório da legenda em Goiânia. Tayrone, no finalzinho do primeiro turno da campanha eleitoral deste ano, renunciou à candidatura a vice-governador na chapa encabeçada por Antônio Gomide. Pronto. Mas lenha na fogueira destinada a assar o nobre vereador.

Atenuantes

Felisberto Tavares alega que estava suspenso pelo PT. Subir no palanque no candidato tucano, nessa situação, não configuraria infidelidade partidária. Afinal, “Eu não estava sujeito às decisões partidárias”, argumenta o vereador. Faz sentido ou não? Os caras lá no PT devem analisar isso aí logo, logo. Já Tayrone tem uma situação mais tranquila, pois “ele não apoiou o adversário”, comenta Luis Cesar, presidente metropolitano do PT. Finalizando. O processo de Tayrone deverá levar uns 30 dias ainda para ser definido no Conselho de Ética do PT. O caso do Felisberto deve ser discutido na Justiça Eleitoral.


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