Algumas breves linhas sobre novelas e que tais.

Novela é um negócio importante que conta a atenção de milhões de brasileiros e até de gente lá no estrangeiro.



Na dramaturgia telenovelística brasileira, sobretudo para as novelas da Rede Globo onde há mais trabalhos gerando maior repercussão em terras desse país “em que se plantando tudo dá”, a gente percebe que há, digamos, lugares comuns capazes de dar nos nervos de qualquer telespectador um tantinho mais cansado da repetição de temas, inclusive das caras dos atores escalados para as tramas da “linha de montagem” lá no Projac.

É claro que novela dá audiência e também outras emissoras de televisão, além da Globo, gastam os tubos produzindo esse tipo de trabalho. A Record, por exemplo, desfalcou parte considerável do elenco global para incrementar sua grade de programação com um monte de novelas. Porém, dia desses vi o ator Alexandre Frota declarando que atuar em novelas fora da Globo garante pouca repercussão. O ator contou que estava protagonizando uma novela em outra emissora, num papel em que havia se relacionado com umas 5 atrizes e a trama girando em torno da personagem que interpretava, mas na vida real se encontrou com um conhecido que lhe perguntou se ele ainda estava trabalhando na TV. Pois é.

Mas voltando ao ponto. A gente vê uma novela e nem é preciso acompanhar a exibição dos capítulos para saber do que rola na trama sempre rocambolesca. Os autores criam coisas assim. O sujeito quer se vingar de alguém e faz o quê? Ora, conquista o/a antagonista e casa-se com ela. E é desse modelo aí. Os caras, homens ou mulheres, põem na cabeça que vão pegar alguém e pegam mesmo. É até engraçado, mas irritante também. Ou não? O cabra pobre de marré marré, sai lá dos cafundós do mundo, se manda para São Paulo ou Rio de Janeiro, enturma com os ricaços, dá em cima do alvo e casa-se com o dito ou a dita, dando continuidade ao plano maquiavelicamente urdido de depenar o milionário mau caráter. Aneim!

Ah, tem mais. As encrencas das tramas ocorrem, na maioria das vezes, no núcleo familiar. Pais e filhos, na dramaturgia novelística tem a função de brigar entre si até o fim da novela. Do nada, está na tela da TV uma briga infinita entre pais e filhos, irmãos e por aí segue a coisa. Na minha modesta visão da coisa, acho isso tudo cansativo e repetitivo demais da conta. Perde-se nada por não acompanhar qualquer dessas atrações em cartaz, eu acho. Todavia, pela grana que esses trabalhos giram e, lógico, considerando a qualidade dos atores e autores, dentre outros profissionais empregados nessas produções, penso, bem que poderiam se esforçar para variar mais a temática.

E vou logo dizendo que entendo nada de televisão, menos ainda de como é escrever e produzir uma novela. A propósito, do que mesmo eu entendo? Sei não, tenho sim é dúvida, muita dúvida, em relação a tudo. No entanto, ouso acreditar que isso aí poderia ser melhor sim. Talento e dinheiro existem demais da conta na televisão brasileira, ninguém pode duvidar. Acredito que estão, os noveleiros evidentemente, trilhando é uma espécie de caminho fácil com resultados positivos garantidos para os envolvidos, no caso, audiência em alta que atrai anunciantes dispostos a investir grana alta nas propagandas entre as partes de cada capítulo e nos merchandising ao longo das cenas.

Outra coisa que acho curiosa é a escalação de determinados atores para os papéis. Não raras vezes, uma atriz interpreta a mãe de alguém mais velho. Ah, sim. A licença poética... Vá lá, mas os caras poderiam dosar um pouco mais a mão nessas ocasiões. Afinal de contas, trata-se de uma atração da televisão brasileira que conta com a atenção de milhões de pessoas por todo o país, inclusive do estrangeiro que compra novelas, seriados e mini-séries. Definitivamente, não é algo pequeno de pouca importância não. Pelo contrário. Estamos diante de algo que afeta a vida das pessoas, dita inclusive comportamento e influencia também decisões de compras dos telespectadores. É isso aí.


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