Breve comentário sobre os dois anos da gestão do prefeito Jânio Darrot.

Administração teve início com uma grande expectativa da população mas até agora as realizações deixam uma sensação de que falta algo realmente novo.



Prefeito de Trindade, Jânio Darrot.
Lá se foram os primeiros dois anos da administração Jânio Darrot (PSDB) à frente da Prefeitura Municipal de Trindade. Nos últimos meses ouvi a mesma pergunta de diversas pessoas do meu convívio e que sabem do meu trabalho aqui neste blog. Qual é a pergunta? Muita gente me questiona sobre a minha opinião a respeito do atual prefeito da “Capital da fé”. Uma hora ou outra a gente vai ter que dar um pitaco sobre esse tema, ora pois. Não percamos mais tempo então...

No finalzinho do ano passado tentei agendar uma entrevista com o prefeito Jânio, estive no Gabinete de Sua Excelência, e falei com uma secretária dele a respeito que me perguntou inclusive qual era o tema. Claro que pensei que a assessoria do prefeito deve estar treinada para filtrar os assuntos que o pessoal da imprensa deseja tratar com o alcaide da “Terra Santa”. Fiz outras tentativas de contato por meio de assessores mas a coisa não andou, não aconteceu, e vamos falar então na base da minha modesta visão das coisas sem ter o ponto de vista do prefeito. Bem, pelo menos neste momento aqui.

O fato do atual prefeito ser um empresário bem-sucedido e de Trindade criou uma expectativa altamente positiva em relação a sua gestão, não há dúvida. E mais ainda pela proximidade, parece até tratar-se de amizade verdadeira de Jânio e o governador Marconi Perillo (PSDB), fomos levados a pensar que a cidade contaria com uma atenção, digamos, especial neste aspecto. Afinal, o contato entre o prefeito e o governador, dessa forma, seria mais direto, sem aquele formalismo entre chefes de poderes apenas.

Mas os primeiros dois anos da gestão de Jânio Darrot, em minha opinião, foram muito normais. Não consegui vislumbrar algo assim especial. Digamos que até o momento acho difícil apontar uma marca típica da atual gestão. Naquilo que é mais visível ainda não vejo nada de tão diferente do que já conhecemos de outros carnavais, digo, administrações. As ruas continuam com buracos demais. O aspecto geral inclusive do centro da cidade não é bonito. Aquela questão do uso das calçadas pelos comerciantes continua em cartaz. Falta asfaltar ainda muitas ruas por toda a cidade. Até a sinalização da região central onde estão as Igrejas (Basílica e Matriz), bem como a Vila São Cottolengo, deixam a desejar, por serem polos de atração dos turistas que vêm aqui semana sim e outra também.

A gente já falou AQUI neste blog da necessidade de se construir um novo prédio para abrigar a Prefeitura de Trindade como um todo, ou seja, um novo centro administrativo do município. Mas nenhuma autoridade municipal fala a respeito disso, enquanto que órgãos municipais funcionam para tudo quanto é banda em prédios alugados. Bom para os proprietários, evidentemente. Mas isso aí não é a situação ideal para a administração pública municipal, com toda a certeza. Afinal, as distâncias entre uma Secretaria e o gabinete do Prefeito certamente não ajudam na qualidade do serviço prestado ao distinto público usuário e pagador de impostos, ouso acreditar.

Economia
O Instituto Mauro Borges de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (IMB), juntamente com a Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Segplan), trabalhando também com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), produziu um profundo e abrangente estudo sobre a participação dos 246 municípios goianos na formação do Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás, que foi divulgado no final do ano passado.

No documento mencionado acima, a informação que nos interessa bastante, na condição de economista e blogueiro de Trindade, é salientar que a economia trindadense é a 15ª maior de Goiás. Em valores correntes de 2012, O PIB de Trindade ficou em 1,12 bilhão de reais, o que representou 0,9% em relação do PIB goiano, do tamanho de 123,9 bilhões de reais. Lógico, que não é uma posição a ser menosprezada, em absoluto, mas é preciso deixar o conformismo de lado e fazer crescer mais a economia local.

Nunca é demais lembrar que estamos falando de um município com 115.470 habitantes, segundo estimativa recentemente divulgada pelo IBGE. E no ano de 2010 essa população era de 104.488 habitantes. Note bem como é que a cidade está experimentando um avanço populacional dos mais fortes e que, portanto, precisa crescer a sua economia para garantir emprego para os habitantes, o que fortalecerá a economia local, além de gerar inclusive mais receitas para a própria prefeitura que, diga-se a verdade, arrecada pouco. Segundo técnicos da gestão municipal a receita mensal de Trindade, no pico, chega a 11,0 milhões de reais e só. Observadas as enormes carências do município vemos que convém trabalhar mais e melhor para incrementar essa renda.

E, falando sério, a gente percebe que a principal atividade econômica de Trindade é a prestação de serviços que, em 2012, ficou em R$ 614,2 milhões, respondeu por 55% do PIB trindadense, que bateu na marca de 1,12 bilhão de reais. A Agropecuária que produziu 44.821 reais, no mesmo ano, participou com 4% do PIB da “Capital da fé”, ao passo que a Indústria produziu R$ 346.933, ou seja, 31% do PIB de Trindade. Foram gerados R$ 110,9 milhões em impostos no ano mencionado.

Os números acima referenciados mostram sim a importância do setor de serviços na economia trindadense e, neste caso, vale lembrar que o turismo religioso é mesmo o motor econômico de Trindade, não há dúvida. Afinal, o incremento da visitação, sobretudo de católicos, a Trindade semanalmente, fez surgir uma série de hotéis e pousadas, bares, restaurantes e pizzarias que vêm garantindo emprego, gerando renda e receita para a Prefeitura Municipal também.

E aqui cabe uma indagação. Na atual conformação da economia local, o quê de fato é decorrente de uma ação planejada e executada pela Prefeitura Municipal? Existe uma política pública desenhada, definida mesmo, como estratégia de desenvolvimento? Não digo que não, é claro, mas a impressão que temos é a de que as ações partidas da iniciativa privada, principalmente da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), em razão da construção da nova Basílica, constituem sim o dínamo da economia local.

Olha, talvez até estejam sendo tomadas algumas providências em alguns ou vários pontos aqui salientados por parte da atual administração, mas do lado de cá do balcão a gente tem pouca visibilidade. Ah, sim! Até mesmo a comunicação da atual gestão com a sociedade não é lá muito boa, embora vários integrantes da administração mantenham perfis sobretudo no Facebook, atualizando-os com certa regularidade. Só que isso não basta. A propósito, o atual prefeito rebaixou a Secretaria Municipal de Comunicação Social para Superintendência, o que na minha modesta opinião não foi uma boa iniciativa.

Diante disso tudo é que ainda espero que a partir de agora a gestão de Jânio Darrot dê uma acelerada. Até porque, estamos na segunda metade do atual mandato. Quer dizer, o tempo urge que as coisas aconteçam num ritmo mais veloz. Nos dias de hoje é preciso saber definir prioridades, planejar o que e como fazer, correr atrás dos recursos financeiros e tirar as ideias do papel, trazendo-as para a vida real, que é onde todos nós vivemos e temos nossas necessidades para serem satisfeitas. E o tempo não dá tempo para ninguém, vale lembrar.


Comentários

Unknown disse…
Prezado Sérgio Vieira Costa.

Li o seu artigo e quero parabenizá-lo pelo excelente conteúdo, composto de sóbrias análise.

Atenciosamente,

FREDERICO SIMÃO
Unknown disse…
Oi Sergio Sérgio Vieira Costa e amigos desta cidade. Existe um boicote ou existe uma falta de percepção destas pessoas que fazem a assessoria? Imaginava que esta gestão seria diferenciada das anteriores! Ledo engano. Pensei que a assessoria do prefeito deveria estar apta para receber e agendar compromissos voltado para o interesse da sociedade. Estive diversas vezes no Gabinete de sua Excelência e foi um lastima.E frustrante acreditar em algo e este algo não conseguir penetrar nesta esfera blindada. ( Nos comicios, nos foruns a onde o Sr. Prefeito vai ele sempre diz, sejam bem vindo que receberemos vcs de portas aberta para ouvi-los) Que equivoco! Quando foi solicitado o novo Superintendente para a cultura local, muitos artistas sentiram uma leve oxigenação, mas não deram a gás suficiente e credibilidade para o Cristiano Vaz atuar. Logo em seguida, nomearão um segundo Superintendente, que não tinha nada a ver com cultura. Mais um vez fizeram um (merda) de tentativa e foi uma das piores escolhas. Isto prova a ineficiência desta gestão! A cidade precisa de um gestor de cultura ao nível do merecimento de sua carência cultural, Esta cidade precisa de arte de verdade, não este mecanismo ridículo que impera ao londo dos anos. Me desculpe Sr. ou excelência, eu me envergonho deste estado onde a arte e o artistas são e colocados de lado.