Políticos brasileiros cada vez mais desacreditados

A questão é saber se os políticos se incomodam pelo descrédito da população


Dia desses eu tive que, como se diz, dar um trato no visual, pois o cabelo havia ficando rebelde demais da conta, aí o jeito foi fazer uma parada básica num cabeleireiro. Enquanto aguardava minha vez de ser atendido, fiquei assuntando a conversa do pessoal. Papo corria solto com casos de futebol, mulher, dinheiro e política. Menino do céu, como o povo conversa potoca em salão de beleza e nas barbearias também. Misericórdia!

Aí a comprovação de que realmente a galera anda cada vez mais na bronca com os políticos. Puxa vida, essa onda sem fim de escândalos protagonizados pelos homens graúdos da política nacional está detonando mais ainda o conceito dos políticos de uma forma geral. E nessas horas em que a gente está comentando as últimas estripulias de políticos com o dinheiro público, noticiadas pela grande imprensa, a generalização de que ninguém presta mesmo vira regra geral, não salva um que preste, de acordo com o senso médio da população.

Mas é preciso reconhecer, os políticos têm sido mesmo de uma competência inquestionável no tocante a deteriorar o patrimônio de credibilidade da categoria. Eles não param de aprontar. Enquanto todo mundo está sendo chamado a apertar os cintos para economizar o máximo, a fim de se atenuar os efeitos da crise econômica que estamos vivenciando, os líderes políticos fazem o quê? Ah, sim! Eles aumentaram de um modo exorbitante o fundo partidário, ou seja, o dinheiro público que financia as atividades dos partidos políticos. É brincadeira?

Pior que a coisa é muito séria, internautas. O fundo partidário já custava aos bolsos dos contribuintes a quantia de R$ 259,5 milhões. Suas excelências acharam que estava pouco para eles e aumentaram a bolada para R$ 867,56 milhões. E a lei, claro, foi aprovada pelo congresso nacional e a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou. Quem se sentiu contrariado pela rapidez com que os caras lá no Planalto Central se autoconcederam esse invejável aumento das receitas, que vá se queixar ao Papa Francisco, ora pois.

Fica bonito isso, né? Cortes e contingenciamento no orçamento de órgãos públicos na esfera federal, os governos estaduais vão indo na mesma batida de contenção das despesas, no que são seguidos pelas administrações municipais, no entanto, os líderes políticos têm a brilhante ideia, logo transformada em lei, de aumentar o dinheiro para custear os gastos dos partidos. Isso é o mesmo que chamar o cidadão comum de otário, realçando a esperteza daqueles que, sendo detentores do poder, não hesitam jamais em cuidar dos interesses próprios. É aquela coisa, “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

No mundo de hoje a informação circula numa velocidade vertiginosa, em tempo real mesmo, e ninguém é mais bobo, não senhor. As pessoas tomam conhecimento de coisas assim e o descrédito dos políticos só faz aumentar, em contrapartida. Eis o preço da esperteza dos políticos: desconfiança total em seus propósitos e ações. E certamente isso não faz bem para sociedade que ainda não inventou uma forma de botar as instituições democráticas em funcionamento prescindindo totalmente dos políticos.

E há uma série de outras práticas dos políticos que só fazem jogar contra a credibilidade que devia existir da população em relação aos seus líderes da política. O sujeito é eleito para um cargo mas nem toma posse e vai exercer outra atividade. Senadores, deputados federais, estaduais e vereadores atuam de forma a diminuir a importância do papel que se espera seja da responsabilidade dessas autoridades. Essas coisas não passam desapercebidas pelas pessoas aqui na planície, embora as “excelências” se comportem como se ninguém estivesse prestando atenção no fazem ou deixam de fazer aqueles que, por livre e espontânea vontade, entram para a vida pública.


Na conversa no cabeleireiro que eu estive assuntando, foram empregadas expressões do tipo “é tudo uma cambada de gente safada”, “malandro”, “cabra sem-vergonha”, para se referir aos políticos em geral pouco importando se homens ou mulheres. Evidentemente que essas referências nada enobrecedoras acontecem onde quer que se esteja e as pessoas comecem a conversar sobre política, infelizmente. Agora, a pergunta que não quer calar? Será que os políticos estão ao menos um pouco preocupados com isso? Será?


Crédito da Imagem >>> http://www.libertarianismo.org


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