Prefeitura derruba construções no canteiro central da Avenida Manoel Monteiro

Faz e desfaz na administração pública cujos recursos são sempre escassos



Máquina derrubando memorial na Av. Manoel Monteiro.
Quarta-feira (3), ali um pouco depois das 20h, na Avenida Manoel Monteiro, centro de Trindade, máquinas roncaram bonito, fazendo um barulhão daqueles. Veja foto publicada no perfil Turma Bons de Vara no Facebook. No caso, a ação principal ficou por conta de uma pá mecânica enorme. Coisa potente está ali. Com uma geringonça daquelas muita coisa bacana pode ser construída, mas de igual forma, em muito pouco tempo o que já está feito, construído, vira entulho assim quase que num piscar de olhos. O bicho homem é competente demais mesmo, não há como duvidar. Geralmente, desmanchar é mais fácil do que construir algo.

Bem, mas deixemos de embromação e passemos logo ao que interessa. Na administração do prefeito George Morais, àquela época no PSDB, mas agora homem forte do PDT goiano, foram construídas umas espécies de portais de concreto no canteiro central da Avenida Manoel Monteiro, no trecho entre as rotatórias da Avenida Raimundo de Aquino e a da Rua B (continuação do Beco dos Aflitos), no centrão da “Capital da fé”. Diziam tratar-se de Memoriais.

Como é costume acontecer nos dias atuais, naquele tempo poucos souberam mesmo os motivos de semelhante empreitada. Os caras vencem eleições e tocam os negócios públicos como se privados fossem. Exagerei? Prosseguindo. A coisa não era algo bonito de se ver não e apesar de ter bancos, não dava para matar o tempo ali, inclusive por falta de sombra durante o dia. Havia algumas fotografias de cunho histórico afixadas naqueles pequenos portais de concreto (ah, os Memoriais...), mas a população local não recebeu assim de braços abertos aquele negócio. Faltou empolgação pública ou do público, melhor dizendo. Dito de outra forma, acho que ficou algo sem quê nem porquê, digamos assim.

Agora, o atual prefeito Jânio Darrot (PSDB) cismou de botar abaixo, demolir, como chamarei e já sendo bem camarada, aqueles monumentos memoriais. Quer dizer, assistimos à repetição de um estilo bem pessoal de se gerir a coisa pública. Sempre o atual prefeito, de uma hora para a outra, surpreende os munícipes com alguma ação que o sujeito fica vendo aquilo e não consegue entender bulhufas da “razão, motivo ou circunstância” (A benção professor Girafales...) determinantes para se fazer isso em vez de se cuidar de qualquer outra coisa.

Uma gestão capitaneada por um empresário do porte de Jânio Darrot, à frente da Prefeitura de Trindade, sinalizava com uma expectativa de planejamento, de ações previamente estudadas, discutidas com a população ou as entidades representativas da sociedade civil organizada no município. Neste episódio, não fiquei sabendo de nada neste sentido partindo da atual administração da “Velha Trindade da Fé e do Amor”. Eis um belo motivo de frustração para quem deseja ver a cidade bem administrada e melhor cuidada.

Retirar da paisagem urbana aqueles portais que não estavam sendo utilizados nem é assim tão assustador, mas para o fazer mesmo o quê naquele local? Vai saber, né? Imagino que antes de por abaixo o que já foi erguido com dinheiro público, seria interessante, a meu ver, levar em consideração justamente isso aí. O escasso din-din da Viúva foi usado na construção daquilo que quarta-feira tornou-se entulho. Pois é, pois é, pois é... (Lembrei-me da Chiquinha do Chaves, Salve!).

Há lugares, onde quer que se vá em Trindade, carecendo de cuidados por parte da Prefeitura Municipal. Por exemplo, o canteiro central da Avenida Rondônia, na Vila João Braz, pelo desmazelo da Administração local, virou lixeira. No lugar bem que poderia ter uma pista para pedestre, uns banquinhos, um quiosque, iluminação bacana, enfim, alguma coisa melhor do que o retrato do abandono público de hoje em dia. E faz tempo que é assim, viu? E quantas praças da cidade estão feias toda vida, precisando demais da conta de que algum gestor mande dar uma ajeitada na situação. Recuso-me a falar de buracos nas ruas e avenidas da terra onde viveram Constantino Xavier e Ana Rosa...

Isso tudo para dizer que esperamos mais da atual gestão sim. Não dá para ficar fazendo intervenção aqui e acolá, gastando dinheiro público, que é escasso e todo mundo sabe disso, enquanto permanecem coisas para serem feitas. Isso é estranho demais, no meu modesto entendimento. Inclusive porque se retirou aquelas construções algo vai acabar sendo erguido no local. E, novamente, mais dinheiro do distinto público pagador de impostos será gasto numa ação que não é lá assim tão prioritária, segundo os anseios e necessidades dos trindadenses, ouso imaginar.



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