Vereador pedetista não descarta candidatura a prefeito



Roni Ferreira ficou sem a presidência da Câmara mas tem outros projetos



Roni Ferreira (PDT), vereador de Trindade.
Saracoteando por Trindade nesses dias de Romaria do Divino Pai Eterno, eis que no sábado à noite me encontrei com o vereador Roni (PDT), acompanhadoa da família em um dos parquinhos de diversão que se instalam na cidade nessa época. Levando as filhotas para brincar, entre uma e outra atividade, conversei um pouco com o jovem senhor que está exercendo seu primeiro mandato político como representante do povo da “Capital da fé”.

Ronigles Ferreira dos Santos, 38, é vereador eleito pelo PDT, nas eleições de 2012, quando recebeu 1.265 votos. Roni faz parte do grupo político da deputada federal Flávia Morais, principal líder pedetista em Goiás, ao lado do ex-prefeito George Morais. Nas eleições municipais de 2004, Roni Ferreira disputou uma vaga na Câmara de Trindade, filiado à época no PPS, obteve 797 votos mas o partido então não alcançou o coeficiente eleitoral daquele pleito e a voz potente do comunicador Roni acabou não sendo ouvida na tribuna do plenário Hilton Monteiro da Rocha.

“Depois daquelas eleições, pensei que nunca mais fosse ter disposição de disputar eleições novamente”, revelou o vereador Roni. Mas o tempo passou e em 2012 Roni, filiado ao PDT, lançou seu nome e, apoiado pela dupla Flávia e George Morais, conquistou o mandato, que vem exercendo, segundo ele próprio, “sem vaidade alguma, com o objetivo principal de servir ao povo que mais precisa”.

Claro que toquei no assunto mais recente envolvendo o vereador, que é a presidência da Câmara Municipal de Trindade. Os vereadores trindadenses, há umas três legislaturas, instituíram uma espécie de revezamento no comando do Legislativo. Assim, a cada semestre muda-se o presidente da Casa. Para o bom funcionamento institucional ou mesmo para os interesses da população, essa prática ainda não demonstrou a que veio, mas o fato é que a coisa por lá tem funcionado dessa forma.

Pois bem, agora no final de junho próximo passado, seria o momento da edilidade trindadense decidir qual das 17 excelências iria assumir a presidência da Casa de Leis da “Velha Trindade da Fé e do Amor” para este segundo semestre já em curso. O nome da vez, segundo apuramos, era justamente o do vereador pedetista aliado dos Morais, Roni Ferreira. Para tanto, o atual presidente, vereador Dyego Marques (SD), formado em Odontologia, daí ser chamado de Doutor, deveria renunciar à presidência.

Com a renúncia de Dyego Marques haveria eleições para a formação da nova mesa diretora do Legislativo trindadense e o vereador Roni Ferreira deveria ser eleito por seus pares. Só que no meio do caminho tinha uma pedra, como no poema do Drummond. E a pedra, no caso, foi a disposição manifestada pelo também vereador Ucleide de Castro (PMDB), que mantém boas relações com o atual prefeito Jânio Darrot (PSDB), em concorrer à função. Por sua vez, Roni Ferreira não conta, com, digamos, aquela boa vontade total de sua excelência o prefeito. Afinal, Roni é, salientemos novamente, aliado de sempre dos Morais, adversários do prefeito Darrot.

E o que é que tem uma coisa (o vereador Roni ser aliado de George e Flávia Morais) a ver com a outra (querer ser presidente da Câmara Municipal de Trindade)? Na teoria os poderes devem funcionar de forma harmônica e independente, não é assim que se diz? Mas na prática a banda toca uma música meio diferente. Contar com o apoio ou a boa vontade do prefeito é uma senhora mão na roda para qualquer vereador abiscoitar a presidência da Casa. Geralmente, prefeitos têm argumentos irresistíveis para convencer um e outro vereador a votar assim ou assado, se é que me faço entender.

E o jogo embolou porque, até onde nossa vista alcançou, o peemedebista Ucleide de Castro, apelidado Ferruja, teria dificuldades para ser eleito enquanto que Roni Ferreira sem o apoio do prefeito igualmente estava numa situação de dificuldade. Daí, o atual presidente Dyego Marques deu o dito pelo não dito e continua firme na presidência da Câmara Municipal de Trindade. Perguntei ao vereador Roni se ele está magoado e a resposta é a de que não. “Não tenho loucura assim para ser presidente não, mas se fosse eu iria colocar mesmo a Câmara Municipal mais próxima da população”, revela Roni Ferreira.

Mas eu perguntei sobre o projeto político dele para o próximo ano, quando haverá eleições municipais em outubro, e Roni contou estar atento ao que está em preparação. “Posso ser candidato à reeleição, a vice ou até a prefeito, pois não tenho medo do futuro e em política quem manda mesmo é o povo”, salientou Roni Ferreira. Interessante notar que há vários exemplos por aí em que um candidato simples, sem muitos recursos financeiros bate um concorrente tido como imbatível justamente por contar com apoio de gente poderosa, detentores de contas correntes polpudas, pontuou o vereador pedetista.

Agora neste segundo semestre teremos a oportunidade de observar bem a movimentação dos políticos, já antevendo a disputa pelos cargos de vereador, vice e prefeito. Ah, sim! Não custa lembrar que os pedetistas trindadenses ainda têm o vereador Raphal Gratão, além do deputado estadual Antonio Carlos como outros nomes em evidência e com possibilidades de se tornarem candidatos à sucessão do prefeito Darrot que estará buscando a mais um mandato.
 

 

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