O Tempo Voa

Vivendo um período de serenidade, de amadurecimento político e uma boa relação entre os poderes constituídos em Trindade

Marcos Queiróz: Tempo bom em Trindade.

Mais um ano chegando ao final. Como acontece nesta época, todos fazemos uma análise do passado e traçamos planos para o futuro. O Brasil, atualmente, vive uma crise política e econômica, porém, o problema grave que vejo é a falta de rumos no governo Federal.

A presidenta Dilma não tem feito outra coisa senão “apagar fogo”, neste seu segundo mandato. Semana sim, outra também, estoura um fato novo de corrupção no governo central. Tudo isso tem levado os brasileiros a desanimarem e a desacreditarem da classe política. O sistema tributário/econômico/político do Brasil faz os municípios ficarem totalmente dependentes do poder central.

O desemprego cresce a cada dia, principalmente o jovem não consegue trabalho por falta de experiência. Como adquirir experiência se não tem oportunidades? A classe empresarial sofre uma pesada carga tributária e é massacrada em todos os sentidos, país nenhum do mundo valoriza tão pouco os pequenos empresários como no Brasil, mesmo movimentando 80% da economia brasileira.

O povo está que não aguenta mais, além da desesperança, as dificuldades financeiras, a saúde precária, o alto custo de vida, a educação pública não traz diferenciais e não abre as portas do mercado para o jovem que quer iniciar uma carreira.

O agronegócio está em dificuldades, não existe uma política séria de fixação do homem no campo e, por isso mesmo, as cidades estão sendo rodeadas de excluídos. Quanto mais o povo sofre, quanto maiores forem as dificuldades, mais pessoas espertas usando um Deus mágico, que não existe, arrancam o que podem do povo frágil, vendendo uma ilusão de que Deus faz barganhas e fazem da religião um grande negócio.

Mas não podemos ficar falando de problemas, pois cada vez mais, vamos nos desanimando de tudo. Assim, precisamos reacender em nós a chama da esperança. Santo Agostinho escreveu que a esperança tem duas filhas: a Indignação e a Coragem.

Enquanto o povo brasileiro não se indignar, com essa situação e tiver coragem de ir para as ruas, o Brasil não vai mudar. Percebo que alguma coisa está acontecendo. Nunca se ouviu falar de prender um senador, um deputado, um ministro de estado e isso já está acontecendo. É um bom sinal!

Temos um grande caminho para acabar de vez com este câncer chamado corrupção. Pessoas roubando descaradamente o dinheiro do povo, em benefício próprio. Homens e mulheres travestidos de salvadores, de líderes, de pessoas íntegras, usando os cargos que deveriam ser para servir, única e, exclusivamente, em benefício próprio e o povo que se lasque.

Trindade não está alheia e nem vai na contramão da história, temos um volume enorme de problemas:

Urbanização: praças, jardins, calçadas, água, esgoto, iluminação, etc.

Asfalto: centenas de ruas sem asfalto, sem galerias pluviais, sem rede de esgoto, etc.

Emprego: falta oportunidades em todos os níveis, principalmente para jovens iniciantes.

Segurança: é difícil uma semana que não temos roubos, assaltos, assassinatos, etc.

Educação: centenas de jovens e crianças sem nenhum senso crítico e intelectual, verdadeiros analfabetos funcionais.

Saúde: o problema de drogas se alastra a cada dia e, além de ser um problema da segurança, é um caso de saúde pública.

Meio Ambiente: é um problema que deve ser encarado com coragem e vontade.

Enfim, são inúmeros problemas, próprios das cidades brasileiras, em especial, de cidades como Trindade, que fazem parte de uma região metropolitana.

Quanto ao atual prefeito, Jânio Darrot (PSDB), o vejo como um homem do bem, disposto e com vontade de deixar o seu legado. Tem se esforçado bastante em dar um visual diferenciado para nossa cidade. É fácil perceber praças com canteiros bem cuidados, asfaltos feitos ou refeitos com meios-fios, construção do parque municipal no setor Ana Rosa, várias unidades de saúde e unidades escolares bem cuidadas. Enfim, afirmo que o nosso prefeito tem procurado, na medida do que é possível, fazer o melhor que pode.

Entretanto, é importante fazer algumas considerações:

Vejo um excesso no número de secretarias e muitos ocupantes de pouca ou nenhuma expressão.

Não sou totalmente contra, mas entendo que, em algumas áreas, a terceirização de serviços é muito onerosa.

Falta uma política séria de cobrança para que os moradores se eduquem no sentido de não colocar lixos e entulhos de qualquer forma e que cada um cuide bem da porta de sua casa.

É preciso estabelecer políticas de loteamentos que não tragam problemas futuros para o município.

É de suma importância uma política de cuidado com nascentes, rios, córregos, matas ciliares, etc.

Vejo no atual prefeito, alguns grandes diferenciais.

Hoje, a prefeitura de Trindade tem crédito no mercado. Quando Jânio assumiu, a prefeitura não tinha crédito para comprar um parafuso.

Pelo que sei, as contas estão em dia e a prefeitura pode tirar todas as certidões negativas que são necessárias.

Não se tem notícia de nenhuma perseguição política por parte do prefeito.

Acabou a imagem do chefe do executivo andando com seguranças distante do povo. O cargo de prefeito passou a ser um serviço.

Vejo um comprometimento do prefeito com a história e com os cidadãos trindadenses.

Assim, afirmo sem medo de errar, que estamos caminhando para melhorar. A relação do prefeito com o governador, vai além da institucional, pois são amigos, e quem ganha com isso é a cidade.

A nossa representante na Câmara Federal, Deputada federal Flávia Morais (PDT), tem carreado um grande volume de recursos federais para Trindade. Assim, podemos perceber, claramente, que enquanto em nível nacional, vivemos um período de turbulência, em Trindade estamos vivendo um período de serenidade, de amadurecimento político e uma boa relação entre os poderes constituídos, e isso é muito bom.

Resumindo, estamos no caminho certo, tendo à frente um prefeito com os pés no chão caminhando no meio do povo, desprovido de arrogância e o que é fundamental: demonstra que gosta de Trindade.

Que Deus nos abençoe.

Professor Marcos Queiróz é Diretor das Faculdades e Colégio Aphonsiano