Pelo voto bairrista

Os candidatos de fora da região pedem votos e passam, enquanto que os da localidade permanecem ali após as eleições




Anna Carolina
Ano eleitoral chegando e os políticos se preparando para voltar aos vários setores de Goiânia para pedir votos. Por quê votar em um candidato de fora, se dentro do seu setor tem vários? Porque a proposta do candidato de fora seja melhor e também por outros motivos.

O sistema eleitoral proporcional, pela própria natureza complexa da distribuição de votos sempre privilegiando a formação de bases partidárias, tende a dificultar o acompanhamento do resultado das eleições. Por isso, os eleitores raramente lembram em quem votou, para quais candidatos o seu voto é computado e quem foram os eleitos.

A população não só de Goiânia, mas de outras cidades, deveria pensar e procurar saber em quem votar. Percebemos que em ano de eleição aparecem muitos candidatos de várias regiões pedindo voto, e na maioria das vezes, se votamos em um candidato que não é da nossa região, é certo que ele não fará nada por ela, pois só passam para pedir votos e vão embora.

Agora vamos pensar se na sua região ou bairro tem candidatos a vereador, por exemplo, não é mais interessante ouvir as propostas e votar neles já que sabem da necessidade da região? Mas e se votar e ele não fizer? Ele terá a certeza de que em uma próxima eleição não terá seu voto novamente.

Elegemos senadores e deputados estaduais, e votamos nos candidatos que são do Estado de Goiás, por que não fazer o mesmo com os vereadores? Cada região ou cada bairro elege seus candidatos e assim talvez a política e os bairros melhorem.

Isso se chama voto distrital que é onde cada político é eleito individualmente, sem precisar dos votos de outros candidatos, que é diferente do voto proporcional, onde a votação é feita para eleger múltiplos parlamentares proporcionalmente ao número total de votos recebido por um partido, por uma lista do partido ou por candidatos individualmente.

Se pararmos para pensar fazendo isso haverá um número menor de candidatos, e o eleitor poderá fazer uma avaliação mais precisa dos perfis e propostas de cada um. Isso faz com que o candidato eleito tenha um contato permanente com a região ou bairro, e com que seus eleitores lembrem e possam cobrar.

Por isso nas próximas eleições pensem em quem votar, pois o candidato de fora passa e o da região fica.



Anna Carolina Pimenta é acadêmica em Jornalismo.

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