As promessas dos políticos candidatos ao povo na feira livre de domingo

A feira cresceu muito, o atual espaço ficou pequeno para o mercado, mas ninguém quer discutir a sério o assunto



Feira livre é sempre bem frequentada, não é verdade? Principalmente aquelas que acontecem nas manhãs de domingo. Este é o caso da feira que acontece ali ao lado do Terminal Rodoviário de Trindade, com acesso pela Avenida Paulo Ramos. Existe um local coberto mas os feirantes e seus produtos não cabem apenas naquele minguado espaço e por isso mesmo há barracas inclusive numa das pistas da Avenida Manoel Monteiro. E devagar, sem fazer muito alarde, vamos percebendo que a feira só tem feito aumentar, nos últimos tempos.

Voltemos ao ponto de partida dessa notinha aqui, ou seja, aos frequentadores da feira. Como estamos em plena temporada de caça ao voto, o que não tem faltado no lugar são os políticos em geral, principalmente os candidatos a vice, prefeito e vereador, bem como os indefectíveis cabos eleitorais. Óbvio, por ali circula gente de todas os estratos sociais, quer dizer, se há um local ideal para se encontrar o povo que voto, "sua excelência, o eleitor", difícil pensar em coisa melhor. A feira livre é para onde convergem as pessoas que buscam alimentos, sobretudo hortifrutigranjeiros e uma série de outros itens, além do simples e bom passeio para ver amigos, rever os conhecidos, enfim cuidar da network, ora bolas.

E falando em políticos doidos para conquistar o poder e, evidentemente, os respectivos contracheques, vale destacar este velho costume. O candidato já chega chegando, cumprimentando a todos, distribuindo sorrisos, panfletando sem quantia, e fazendo promessas. É da natureza dos políticos candidatos. Não tem como. Os caras prometem como quem respira. Está, imagino, no código genético do camarada que não resiste à tentação e se candidata, seja lá o cargo eletivo que esteja em disputa.

Vem um candidato prometendo que, se eleito, vai trabalhar para melhorar as instalações da feira e coisa e tal. Surge outro concorrente fazendo a promessa de que, ganhando as eleições, os feirantes terão uma espécie de "imunidade" tributária e, assim, ficarão dispensados de pagar taxas decorrentes da atividade aos cofres municipais, e por aí vamos indo. É aquele negócio, "vai que cola, né?" Só que este expediente não é novo, minha gente. Vários políticos já conseguiram votos com conversas desse tipo, pode-se suspeitar.

Agora, conversar a sério a respeito da feira, os políticos evitam. Na verdade, pelas proporções da atual feira de domingo, o lugar onde vem sendo realizada há décadas ficou pequeno, inadequado até. Seria interessante ao menos pensar, discutir a respeito disso, mas quem quer tratar de um tema difícil assim? É mais fácil "jogar para a galera", fazer uma média geral com "os meus amigos feirantes", talvez ganhar-lhes o voto lá nas eleições do dia 2 de outubro deste ano e depois... Ah, depois fica o dito pelo não dito e estamos conversados. E mais não digo nem me foi perguntado.



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