Breves considerações sobre a sessão de posse dos vereadores de Trindade

Marden Júnior se destacou na abertura dos trabalhos legislativos





A abertura dos trabalhos da Câmara Municipal de Trindade, no Domingo (1), foi tumultuada, teve gente contrariada com o andamento do processo de escolha do presidente da Casa. Chegaram até a chamar a polícia para garantir a “ordem” no local. No plenário Hilton Monteiro da Rocha, com os seus quase 200 lugares ocupados por familiares dos vereadores novos, apoiadores, autoridades e populares enfim, algumas pessoas seguravam cartazes com mensagens duras aos atuais integrantes do Legislativo trindadense.

Os políticos do interior e da capital também, parece que ainda não perceberam que os tempos mudaram, estão mudando e vão permanecer assim, em mudança mesmo. Sobretudo na forma como a sociedade organizada se relacionará com os poderes, em especial, o Legislativo. Isso de decidir à revelia dos interesses do povo custará um preço considerável a suas excelências que, se tiverem juízo, irão exercer os respectivos mandatos buscando a melhor sintonia possível com os anseios da população.

No caso do tumulto da sessão de posse dos vereadores, o motivo pode ser apontado no modo como os 10 “representantes do povo” fecharam acordo em torno do nome de Hélio Braz (PSDB) para presidente da Câmara Municipal para o período de 2017 – 2018. A esmagadora maioria dos excelentíssimos vereadores já chegou na sessão com tudo pronto e decidido entre eles, e quem não gostou nem um pouquinho se manifestou. Ficou patente que os nobres edis estão afinadíssimos entre si.

Fazer acordo é o trivial da atividade política. Agora, convém que os termos do que está sendo negociado pelos políticos seja dado a conhecer ao distinto público pagador de impostos, a origem dos subsídios dos vereadores e do duodécimo (parte da receita do município que é repassada ao Legislativo para pagar suas contas) da Câmara Municipal. Quando isso não é feito assim com transparência, todo mundo que acompanha o dia a dia da política começa a pensar coisas a respeito de político que “tem fama de jamais dar ponto sem nó”.

O vereador Hélio Braz não falou nada durante a sessão na qual já entrou eleito presidente, mas que foi conduzida pelo vereador mais votado, Dr. Dyego (PSD), que apelou e abandonou os trabalhos. Hélio Braz poderia muito bem ter discursado, usando o espaço para dizer ao público como foi costurado o acordo que o conduziu à presidência da Casa. Simples assim. Mas sua excelência ignorou o povo ali no plenário e conversou só com seus pares.

A experiente vereadora Aninha (SD) fez uma intervenção lembrando o que estabelece o Regimento Interno da Câmara para a eleição do presidente, mas foi ignorada. “Para quê fazer grupinho se somos todos da base do prefeito Jânio Darrot?”, ponderou a vereadora Aninha. A propósito, em meio aos 17 vereadores de Trindade, se houver oposição por ali terá, no máximo 3 vereadores, e olhe lá. Quer dizer, as “tretas” vão acontecer mesmo é na base de apoio do prefeito da “Capital da Fé”.

Vereador Marden Júnior discursando na sessão.
O destaque da tumultuada sessão ficou por conta da participação do vereador Marden Júnior (PP) que está no seu primeiro mandato. Contrariando apelos inclusive de Tayrone Di Martino (PSDB), secretário de Governo de Goiás, que o apoiou na vitoriosa campanha de 2 de outubro do ano passado, Marden Júnior lançou sua candidatura a presidente da Câmara e concorreu com a idêntica postulação de Hélio Braz. Contados os votos, Hélio recebeu 13 votos; Marden contou com apenas 4 sufrágios. O resultado foi uma grande surpresa para seu ninguém, diga-se.

Bem, o interessante é que no episódio todo aí Marden Júnior marcou presença logo na abertura dos trabalhos, demonstrou ter personalidade forte e deixou claro para todo mundo que sabe da importância do papel que terá pela frente. É preciso exercer o mandato de olho nos “recados” que a população passou aos políticos, salientou o vereador em seu discurso. Neste caso, foi sim um bom começo.


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