Romaria de Trindade termina hoje com grande público

Quando as pessoas cuidarem mais da limpeza talvez possamos ter uma cidade limpa enquanto todos festejam

Trindade recebeu hoje um grande público, visto a olho nu pelas ruas.

A Romaria do Divino Pai Eterno, como todos sabem, termina neste Domingo (2) sim, senhor. Mas a Festa de Trindade continuará em cartaz mais uns dias ainda. Como assim? Uái, a programação religiosa terá seu epílogo na Procissão Luminosa e Celebração de Encerramento, com a saída dos fiéis da Igreja Matriz, ali por volta das 16:30 h, caminhando a passo lento, em oração, rumo à Praça da Basílica e a imagem da Santíssima Trindade coroando Nossa Senhora sendo transportada em carro andor. Após a celebração religiosa, sempre há uma belíssima queima de fogos de artifícios, mais ou menos, às 20h. Coisa muito bacana de se assistir, de se viver.

Até agora falamos do aspecto religioso, que chamamos de Romaria do Divino Pai Eterno. Todavia, o lado profano deste grande evento, digamos, a Festa de Trindade, prosseguirá suas atividades comerciais por mais algum tempo, nas barraquinhas que vendem comidas, bebidas, roupas, calçados, brinquedos, engenhocas eletroeletrônicas made in China, enfim, é o viés comercial em ação e pelo qual muitos trabalhadores conseguem o sustento próprio e de suas famílias.

E saracoteando no início da tarde deste domingo pelas principais ruas e avenidas centrais de Trindade, foi possível verificar que é enorme a quantidade de visitantes à cidade, como de costume. Fazendo isso percebemos quanta sujeira somos capazes de produzir coletivamente. Daí a dificuldade de se manter a limpeza dos principais pontos de visitação pelo público presente a este evento. A população de Trindade, segundo dados estimados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o ano passado, era do tamanho de 117.400 habitantes. Assim, de um dia para o outro, somente a região central da cidade recebe mais gente do que todo o contingente populacional existente.

Só um detalhe, os organizadores da Romaria do Divino Pai Eterno falam que nestes 10 dias de duração do evento, algo como 2,5 milhões de pessoas devem ter passado pela cidade. Veja bem a proporção que isso tem, caro internauta que de vez em quando faz uma visita a este espaço? Vá lá, numa conta bem simplificada das coisas, em média, 250 mil criaturas de meu Deus podem ter passados pelas ruas e avenidas da “Velha Trindade da Fé e do Amor”. É uma quantidade absurda de gente em muito pouco tempo, não é verdade?

Não é difícil perceber que durante a Festa de Trindade o consumo de água aumenta demais da conta e a rede de esgoto deve ficar utilizada em sua capacidade máxima ou próxima disso também. O mau cheiro que sentimos ao passar por determinados pontos do centro de Trindade nestes dias de Romaria, é um sinal inequívoco de que a estrutura normal fica sobrecarregada. E o pior disso é a pouca educação que temos. O camarada joga lixo onde lhe dá na telha. Papel, restos de comida, latas de refrigerantes, de água, cerveja, tudo isso acaba, não raras vezes, jogado em qualquer lugar, menos nas lixeiras, no caso, nos latões de lixo espalhadas pela região central da cidade.

Ah, sim! Convém mencionar outro péssimo “hábito” de muita gente. O sujeito bebe, bebe, aí pinta aquela vontade, melhor dizendo, necessidade mesmo de aliviar a bexiga e então, fazer o quê se nem sempre há um banheiro por perto? Isso mesmo. Principalmente o público masculino, não costuma pestanejar quando sente que é preciso mijar e qualquer canto ou rua menos movimentada ou com, digamos, um mínimo de “privacidade” é suficiente para o cabra resolver seu aperto por ali. Duvida? Faça um breve passeio no Centro de Trindade para ver, digo, sentir “o que é bom pra tosse”.

Lógico que sempre é possível melhorar a qualidade dos serviços de coleta de lixo, de varrição e até, quem sabe, instalando mais banheiros públicos nos locais de maior visitação, durante os dias da Festa de Trindade, mas é forçoso reconhecer que as pessoas também precisam ajudar. Não é porque se está nos logradouros que o sujeito deva se sentir à vontade para deixar toda sorte de sujeira para que o poder público dê um jeito de arrumar a bagunça. Se isso vier a acontecer, imagino que teremos uma cidade limpa enquanto o povo festeja, celebrando sua fé e devoção a Deus. É isso aí!