Colégio Divino Pai Eterno permanece ocupado por manifestantes

A implantação do projeto de escola em Tempo Integral provocou tumulto num Colégio que funcionava muito bem havia mais de seis décadas


Colégio Divino Pai Eterno: Expectativa da desocupação terminar hoje.



A noite desta terça-feira (19) foi tensa no Colégio Estadual Divino Pai Eterno que segue ocupado, desde a tarde de domingo (17), por alunos protestando contra a implantação do projeto escola em Tempo Integral naquela unidade, como querem o Ministério da Educação e a Secretaria de Estado da Educação e Cultura de Goiás (SEDUCE). Quantos alunos estão ocupando o prédio ninguém diz com precisão. O número varia entre 5 e 50 estudantes.

Mas, antes, vamos dizer que ontem, no Salão Paroquial, na Praça da Igreja Matriz, começando ali por volta das 19h30, houve a exposição um tanto tardia, diga-se, dessa iniciativa que foi aberta ao público em geral e à comunidade escolar, em especial. Falaram técnicos da SEDUCE, professores e até um quiproquó envolvendo uma manifestante que foi superando a coisa deslanchou.

A principal dúvida, ao menos deste blogueiro, é a seguinte, por quê instalar um projeto piloto, como eles mesmos se referem à iniciativa, simplesmente no melhor estabelecimento de ensino público de Trindade? Tem a ver, claro, com o nível de politização e participação de boa parte dos servidores e professores do colégio nos embates com as decisões do governo estadual?

A condução deste processo também revelou-se uma confusão só, pois tumultuou desnecessariamente o final do ano letivo ainda em curso. Sem rodeios, o pessoal do Colégio botou o pé na parede e daí não conseguiram transformar o local em Colégio Militar, como queriam o prefeito de Trindade, vereadores e várias outras pessoas, então os “Seduceanos” entraram em cena logo em seguida com este projeto piloto. Pode não ser, mas que parece retaliação, ficou parecendo sim.

Terminada a exposição do projeto no Salão Paroquial, que inclusive teve comes e bebes para os participantes no encerramento, vários servidores da SEDUCE seguiram até o Colégio e uma servidora que fazia parte do grupo chegou a pular o muro da unidade para tentar entrar no prédio ocupado, embora haja uma conversa de que nesta manhã de quarta-feira (20) deverá ser expedido pela Justiça mandado de reintegração de posse do Colégio, cujo cumprimento cabe a um Oficial de Justiça acompanhado por policiais militares.

Diante desse quadro conturbado no Colégio que estava funcionando direitinho havia décadas, resta torcer pela superação pacífica e negociada deste episódio fruto de uma condução autoritária que trabalha para implantar um projeto piloto para oferecer ensino público a uns 400 alunos, no máximo, onde este ano alguma coisa como 1,3 alunos estudaram. Vai entender esse povo da política… Quanto à desocupação… Juízo, senhores.


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