Quadrilhas de junho têm nova sonoridade


Trilha sonora das festas de junho trazem letras desavergonhadamente explícitas

Animada quadrilha de estudantes de um colégio trindadense.



Nestes dias de junho, o que mais tem por aí é quadrilha. A dança, bem entendido. Se bem que parece existir vários outros tipos de quadrilha em plena movimentação por este Brasil de meu Deus. Continuemos no rumo imaginado para esta notinha. Houve um tempo, nem tão distante assim, em que o “setlist” de qualquer apresentação, dessas algo musicais, contemplava aqueles forrozinhos arrasta-pé… “Pula fogueira, iáiá...”, “Com a filha de João, Antônio ia se casar, mas Pedro fugiu com a noiva...”. Foi um auê quando o pessoal começou a tocar hits do estilo country norte-americano ou outros gêneros para os animados grupos dançarem o tradicional “Olha a cobra! É mentira”, e até mesmo o “Anarriê! Anarriê! Tem rojão pra todo lado eu no escurinho com você”, era visto, melhor dizendo, ouvido, com reservas por muita gente amante dos festejos juninos numa forma mais tradicional. E não é que agora a sonoridade das festas juninas anda uma mistureba só? Ah, tudo normal, pois hoje em dia a coisa anda mesmo muito modernosa. O mundo está mudando e o cancioneiro sertanejo, caipira, segue junto. E atualmente rola funk e seus versos tipo assim “direto ao ponto” que não assustam mais ninguém. Aconteceu a assimilação de um “cardápio” musical mais eclético, digamos assim. Neste sentido, quero contar que ouvi agora há pouco um som em que se canta “Novinha pode pá”… Então. Ah, mas também as letras de várias músicas exaustivamente executadas sobretudo pelas rádios FM, deixaram a sutileza de lado. “Laranjinha”, cantada pelo forrozeiro e fenômeno do cenário musical brasileiro, Wesley Safadão, por exemplo. Tem jeito de ser mais desavergonhadamente explícito? Difícil, né não? Isso é bom ou ruim? Sei lá. Repetindo um pouquinho diferente a expressão daquele personagem do “Auto da Compadecida”, do Ariano Suassuna, o Chicó: “Só sei que é assim”.


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