Políticos pepistas de Trindade devem estar de olho em seus líderes estaduais


Decisão do PP estadual pode deixar vereadores da sigla em Trindade numa sinuca de bico daquelas


Vereadores pepistas Felinho, Lourdes e Marden Jr. 



Quem está acompanhando o noticiário sobre as negociações em torno das definições das chapas das principais candidaturas a governador de Goiás, já percebeu que o PP do deputado federal e ministro das Cidades Alexandre Baldy, anda com a cotação bastante elevada, cujo apoio é cobiçado pelos pré-candidatos Daniel Vilela (MDB), José Eliton (PSDB) e Ronaldo Caiado (DEM), digamos, os maiores players da disputa em andamento pelo comando do Governo goiano para o período de 2019 a 2022.

E as coisas continuam enroladas toda vida, pois os progressistas estão flertando com senão todas, ao menos as principais siglas, mas a data limite para a batida de martelo é o dia 5 de agosto próximo, na convenção partidária. Até lá, as principais lideranças das legendas vão prosseguir com as conversações, jornalistas e blogueiros de política vão continuar especulando e teremos um disse que disse sem fim, alimentando a fofoca em torno das alianças possíveis e que devem ser materializadas para a campanha em curso.

Os caras do jornal Opção publicaram notinha, na sexta-feira (27), sinalizando que estaria quase amarrado o acordo entre PP e PSDB, mas a equipe do site Mais Goiás, cravou a informação, no sábado (28), de que Vanderlan Cardoso, o principal articulador pepista neste momento em que Baldy encontra-se viajando, não confirmou sua participação na chapa tucana que tentará permanecer com vaga nos aposentos do Palácio das Esmeraldas, no papel, a residência oficial dos governadores goianos, que, na prática, têm optado por morar mesmo nos seus domínios particulares.

Segundo o Mais Goiás, Vanderlan estaria ocupado inclusive na tentativa de formar um grupo com outras legendas, Pardido Social Democrático (PSD), Partido Republicano Brasileiro (PRB) e Partido Humanista da Solidariedade (PHS). Veja bem como é que essas tratativas todas encontram-se num estágio de imprevisibilidade quanto ao resultado “disso tudo que está aí”. Vale lembrar que a campanha eleitoral embora esteja a pleno vapor, será curta demais nos meios de comunicações (o horário eleitoral gratuito), “como nunca antes neste país”. Nessa altura do campeonato, as chapas já deveriam estar prontas. Mas continuemos com isso aqui, senão a gente não termina nunca também.

A decisão dos progressistas pode ter reflexos em Trindade, especialmente na equipe de governo comandada pelo prefeito Jânio Darrot (PSDB). Já comentamos a respeito disso em post da sexta-feira (27). Particularmente, imagino que os líderes pepistas vão acabar ficando, de verdade, onde têm estado desde 1998, à frondosa sombra do tucano Marconi Perillo, o grande fiador político de todo o grupo, especialmente do governador José Eliton. Mas tudo pode ocorrer, pois, em política, o impossível acontece, convém jamais esquecer disso.

Se os líderes PP goiano realmente permanecerem com a tal da base aliada, apoiando a candidatura do governador José Eliton em sua corrida pela reeleição, as coisas seguirão como dantes no quartel de Abrantes. Agora, caso os pepistas resolvam apoiar Ronaldo Caiado ou Daniel Vilela, por exemplo, quem estará diante de uma sinuca de bico daquelas são os vereadores da legenda em Trindade, a saber, FelinhoMarden JúniorLourdes (suplemente, mas exercendo o mandato porque Marden Júnior se licenciou e assumiu a Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação).

O busílis é o seguinte. Já falamos que o prefeito de Trindade dispensou auxiliares porque teria percebido neles sinalização de que não iriam apoiar a candidatura de José Eliton. Mantendo essa mesma linha de conduta, caso os pepistas deixem a base aliada, por certo os filiados ao PP deverão ser convidados a se retirar da equipe comandada pelo prefeito Jânio. Faz sentido? Achamos que sim.

Numa situação dessas, o filiado comum dificilmente vai sacrificar o orçamento doméstico abrindo mão do salário para seguir orientação de partido algum. Ora, estamos no Brasil, em Goiás, em Trindade. Acho que isso também faz sentido. Agora, para o vereador a coisa é mais complicada. Afinal, a jurisprudência formada é a de que o mandato pertence ao partido e não ao político. Logo, se o nobre edil se rebelar contra uma decisão partidária tomada em convenção, deverá colocar-se em risco de até perder o tão cobiçado mandato. Quem haverá de arriscar? Eis aí um nó cego custoso de ser desatado por gente simples, mas político é outra conversa. Aguardemos.


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