E a pandemia nos tirou a Romaria

Neste ano não tivemos a Romaria que conhecemos, mas no próximo ano será diferente… ou igual àquelas de 179 anos atrás


Basílica de Trindade: Sem fiéis quando deveria estar lotada.



Se não houvesse a pandemia da Covid-19 que já provocou mais de 63 mil óbitos em todo o Brasil e, destes, 602 em Goiás, 18 em Trindade, a Romaria do Divino Pai Eterno estaria acontecendo e chegando à marca de 180 anos de realização, ininterruptamente falando. E sempre na quinta-feira da Festa de Trindade é realizado o Desfile dos Carros de Boi. E a trilha sonora, “Romaria”, do Walter José. Aquilo ali, minha gente, é um momento festivo, de celebração das tradições locais que evoca memórias de um tempo em que os romeiros percorriam pequenas ou grandes distâncias em carros puxados por bois rumo à Trindade para que os fiéis pudessem louvar, agradecer, pagar e renovar as promessas pelas graças almejadas ou alcançadas. Para os trindadenses essa semana tem sido atípica, com dias plenos de generosas doses de nostalgia. Afinal, o cancelamento da Romaria 2020, ditado pela circunstância de estarmos em meio à ação de um novo vírus poderoso, cuja melhor estratégia de enfrentamento tem a ver com a adoção da prática do distanciamento social, da não aglomeração de pessoas, mexeu muito com os, digamos assim, nativos e adotivos da “Capital da Fé”. Acostumados a receber os romeiros e com eles celebrar por 10 dias entre junho e julho a fé no Divino Pai Eterno, muita gente anda triste por aqui. E conversava a este respeito e sobre um monte de outras coisas, ontem mesmo, com o amigo Claud Wagner Gonçalves Dias, que me dizia estar bem, “a despeito da pandemia que nos cerceia de viver as emoções de uma Romaria e do contato social com os companheiros e amigos”. E com isso a gente meio que imagina como o desafio de agora sair bem deste período de tormenta inimaginável para celebrar em 2021, com uma Romaria daquela com gente zanzando pela cidade, compartilhando espaços pelo asfalto apinhando de pessoas nas procissões, lotando as igrejas nas missas, transformando a Praça Dom Antônio Ribeiro num mar gente tão bonito de ser ver e, claro, algo emocionante de se viver. Por agora, a Romaria tem que ser em casa mesmo. Se Deus quiser, o próximo ano será diferente, ou melhor, teremos a Romaria como houve nos últimos 179 anos. É isso aí!


Comentários

Muito bonito! 👏👏👏