Trânsito ruim em Brasília e em Goiás também

Na campanha eleitoral em curso trânsito e transporte público são temas desimportantes

Trânsito em Brasília. (Foto: Paulo H. Carvalho/AG Brasília)



Quando enfrentamos algum engarrafamento no trânsito ruim de Goiânia, ficamos putos da vida, não é verdade? Adianta nada também, vale lembrar. Mas nunca vi nada por aqui capaz de lembrar a tortura que é sair de Brasília rumo à Goiânia, ali pelas 16h em diante. Divino Pai Eterno, olhai por nós! Na quinta-feira (22) revivi essa experiência e para percorrer a distância do setor de Autarquias Sul até na altura do Samambaia, foram consumidos 90 minutos, o tempo normal de duração de uma partida de futebol, sem acréscimos ou uma hora e meia num “anda e para” irritante.

Por lá, no Distrito Federal, entra governador e sai governador e a coisa toda, neste aspecto, só piora. Em Goiás, em Goiânia, também é assim. A política tem sido incapaz de produzir um filho de Deus que consiga dar um jeito de melhorar a qualidade do transporte público coletivo de passageiros, nem no trânsito, de um modo geral. Misturamos alhos com bugalhos agora? Não, melhor transporte público pode diminuir a circulação de carros nas ruas e avenidas das cidades, sobrando mais espaço no trânsito.

O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), celebrado como ótimo gestor público, falhou sim no quesito transporte bom para os goianienses, que se reflete também para os moradores das cidades do entorno e que trabalham na cidade. Quem duvida, dê uma saracoteada pela Capital a bordo dos ônibus, invariavelmente apinhados de pessoas, não raras vezes espremidas feito sardinha em lata, para ver o que é bom para a tosse.

Será que estamos mesmo fadados a nunca termos um melhor serviço público de transporte, trânsito mais organizado, sobretudo nas principais e maiores cidades do país? Parece que no Brasil existe uma espécie de competição entre os grandes centros populacionais para ver qual a localidade oferece o pior transporte aos cidadãos e simultaneamente o trânsito mais confuso aos motoristas.

No tocante ao transporte coletivo urbano de passageiros, ouvimos dizer que o serviço é deficitário e coisa e tal. Todavia, há empresários que atuam no ramo há décadas, construíram impérios econômicos e ainda permanecem na mesmíssima atividade. Geralmente, quando se trabalha em algo que não dá dinheiro, o sujeito cai fora e muda de ofício, não é mesmo? E isso nos leva a pensar que o negócio não é assim tão ruim como se diz.

Trechos urbanos da Rodovia BR-153, em Goiânia, tornaram-se avenidas, coisa igual vem ocorrendo com a Rodovia (GO-060), a Rodovia dos Romeiros, entre Trindade e Goiânia, com pontos de estrangulamento horríveis, mas os gestores públicos se preocupam com intervenções meramente cosméticas e tome “marketagem” política nas campanhas para encobrir a ineficiência de gestão ao longo de décadas. Por essas e outras, não há motivos para se pensam em soluções à vista.

Na atual campanha em que estão em disputa os cargos de prefeito, vice e vereadores, não se enxerga este tema com o destaque necessário. Na boa, trânsito e transporte são temas desimportantes na atual temporada de caça ao voto. Fala-se pouco e o que diz a respeito, na maioria dos casos, é de uma pobreza de argumentos de dar dó na gente. E daí a certeza é a de que o trânsito diário em Brasília, no final da tarde, continuará uma porcaria e os problemas semelhantes em Goiânia e região permanecerão do mesmo jeito. Mais não digo nem me foi perguntado.


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