Entre Tom & Jerry e a cuíca da pátria amada

E no final da festa, quando o último tamborim silencia, um verso resiste, rouco, teimoso, suado de verdade: “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia…” Marcelo Lopes é também psicanalista e cronista. (Foto: Divulgação) CRÔNICA | Comendador Marcelo Lopes , empresário e presidente do Rotary Club de Trindade Era uma festa estranha, com gente esquisita. Eu não estava legal, mas também… quem tá? A política dançava quadrilha com o cinismo e o Brasil assistia de camarote - sem ingresso, sem pipoca e sem paciência. No centro do salão, Tom berrava. Bravinho, valente, cheio de si. Corria atrás de Jerry, o rato escorregadio, que já conhecia cada fresta do sistema e roía sorrindo os fios da esperança. Tom tropeçava na própria arrogância, enquanto Jerry escapava, sorrateiro, com um queijo na mão e dois no bolso. Um gritava por justiça; o outro cochichava em códigos. Um tentava botar ordem; o outro já tinha o caos no bolso de trás. E a trilha sonora do fundo dizia: “Nas favelas, no Senado, sujeira...