Trindadenses também vão ao Teatro
Dr. Moraes (sentado), em cena com o puxa-saco Jerônimo. |
Na última noite, este blogueiro esteve na plateia.
Foram apresentadas 2 peças. O preço do ingresso foi uma pechincha, 5 reais. A Viúva Virgem, do gênio criativo Rildo
Bento, inscrita no festival. E Pelo
Prazer da Coisa, da Companhia de Teatro Eduardo de Souza, de Goiânia, uma
brincadeira bem humorada em cima da história de Romeu e Julieta, ficou,
digamos, como a cereja no bolo na derradeira e decisiva noite do evento,
integrou a Mostra de Teatro. Quem viu gostou, posso garantir.
Falemos um pouco sobre a “A Viúva Virgem”, escrita e
dirigida por Rildo Bento, também integrante da Academia Trindadense de Letras,
Ciências e Artes, além de professor do Colégio Estadual Divino Pai Eterno. Ah,
sim! Rildo interpretou o Dr. Moraes, personagem central da peça. No linguajar
do pessoal do teatro o texto do professor Rildo é uma sátira, uma farsa, e o
pessoal na plateia manifestou certa identificação com a temática vista em cena.
É mais ou menos assim o enredo. O Delegado da cidade é
o pai de uma menina espevitada, a Bela, que, segundo as línguas ferinas de
então, havia dado pra todo mundo e era, na verdade, a viúva virgem da trama.
Casou-se duas vezes, mas os respectivos morreram nas noites (afinal, foram
duas!) de núpcias, antes da consumação dos respectivos casórios. Eita, vida
difícil a da Bela!
Mas a história de Bela se cruza com a o caso do
prefeito Dr. Moraes, lá naquela Trindade dos anos de 1950. Uma beata faladeira
da vida alheia, de “língua grande”, resolve afrontar sua excelência o prefeito,
candidato à reeleição, Dr. Moraes, lançando como concorrente dele ao cargo um
Cachorro. É claro que o “melhor amigo do homem” venceu a disputa.
O prefeito Dr. Moraes era pai do Vinícius, que não
queria nada com mulher. A atirada Bela fez acordo com o prefeito para tentar
seduzir o jovem. Era uma tentativa de calar a voz dos “malecidentes” do lugar
que já tinham visto que dá fruta que a Bela gostava ele comia até o caroço, sé
é que me entendem. É lógico que a coisa não deu certo.
Não estou entre os conhecedores do teatro, mas uma
coisa que consegui perceber foi o esmero na produção em tela. Foram
confeccionados cartazes e bottons para a fictícia campanha do candidato Dr.
Moraes. A sonoplastia contou com narrações bem-feitas de profissionais como Fábio
Falcão e Floriano Freitas. Vale destacar a gravação de anúncio fúnebre do
Lazinho do Som, noticiando na peça o falecimento de um dos maridos da “viúva
virgem”. Ah, sim! Criaram também um jornal, o “Fofocativo Trindadense” (Veja abaixo).
Agora, para saber mais, só esperando nova apresentação
da peça, que não deve demorar. Vale prestar atenção na programação do Teatro
Desencanto, ora pois.
Festival
Nesta 17ª Edição do Festival de Teatro da Cidade de
Trindade, 4 escolas participaram como concorrentes. Estiveram no palco do
Teatro Desencanto, grupos representando as seguintes escolas: Colégio Estadual Castelo
Branco, encenando “Credo e Graça”, no dia 21.5; Colégio Estadual Theotônio
Vilela, levando “Brasil em cena”, no dia 22.5; Colégio Estadual Padre Pelágio,
mostrando “Coralina de Tantas Coras”, no dia 23.5; Colégio Estadual Divino Pai
Eterno, apresentando “A Viúva Virgem”, no dia 24.5.
Mostra
Simultaneamente ao Festival de Teatro, acontece a
mostra, da qual os participantes não disputam os troféus. Nesta edição,
estiveram em cena o Grupo Desencanto, com “Rildeando”, no dia 21.5; Grupo de
Teatro Arte e Fogo, com “Grito das Águas”, no dia 22.5; Zabeta Criações, com “Bola
de Berlim”, no dia 23.5; Companhia de Teatro Eduardo de Souza, com “Pelo Prazer
da Coisa”, no dia 24.5.
Pérolas
Veja, a seguir algumas frases ditas pelos personagens no
palco do Teatro Desencanto, na última noite do Festival. Tirem as crianças da
sala e leiam a seguir:
“Pior do que levar chifre e ter que aguentar a vaca” (Pelo
Prazer da Coisa)
“Quem aluga a bunda não manda no cu” (A Viúva Virgem)
“Homem é igual a chiclete: No começo tem sabor, depois é só
borracha mole” (Pelo Prazer da Coisa)
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