Uma simples caminhada em Trindade tem seus riscos

Bandidos à espreita para atacar o caminhante desatento na “Capital da fé”



Daí você resolve fazer uma caminhada pelas ruas de Trindade, chamada por muitos de a “Capital da Fé” dos goianos, por se tratar de um importante centro religioso católico no Brasil, reúne a esposa, filhos, todos trajando calções, camisetas, calçando tênis e, claro, portando os indefectíveis smartphones, engenhocas irremediavelmente incorporadas ao estilo de vida dito moderno dos últimos tempos. Afinal, estar conectado tornou-se artigo de primeira necessidade.

Coisa mais normal do que exercitar-se caminhando ou correndo no final do dia é algo muito comum e que faz parte do cotidiano de muita gente, não é verdade? Logo, algo assim tão trivial, uma caminhada para divertir e se movimentar ao lado dos entes queridos e pela cidade onde se vive, nem de longe deveria ser causa de receio ou medo em quem quer que seja, vale dizer. Só que ultimamente a coisa não tem sido muito bem assim não, gente. A situação de insegurança pública se complicou muito mesmo, apesar de existir autoridade por aí botando panos quentes, mitigando a gravidade da coisa.

Dia desses, bandidos de arma em punho, evidentemente, abordaram uma família, isso mesmo, pai, mãe e filhos, caminhando por Trindade, no final de uma tarde, início de noite. Esses caras, os bandidos, são ousados e covardes, não necessariamente nessa ordem. Muitos se entopem de drogas e saem por aí botando o terror nas vidas de pessoas que só querem viver dignamente e não fazem mal a seu ninguém. Se por azar, o cidadão ou cidadã está no lugar e hora em que um bandido qualquer cisma de aparecer, isso é o bastante para a criatura pagar o preço de se viver numa sociedade violenta, como é essa da qual todos fazemos parte.

Já ouvi outros relatos de conhecidos que moram em Trindade e tiveram o dissabor e o enorme susto de serem assaltados em plena luz do sol enquanto faziam uma caminhada pela cidade. É incrível como isso está acontecendo e tornando-se algo banal até. Lamentável! Amedrontador também. Basta estar com um celular à mostra, principalmente se o sujeito coloca aqueles chamativos fones de ouvidos ou se estiver calçando um tênis das marcas “top” de linha, para ver aumentado bastante o risco de ser assaltado nas ruas da “Velha Trindade da Fé e do Amor”.

É um absurdo que coisas desse tipo estejam acontecendo e vistas até com assombrosa naturalidade. Não! Absolutamente, não se trata de coisa normal. A normalidade está em se poder caminhar, com ou sem celular, com ou sem tênis de marca, mais cedo ou mais tarde, pouco importa, e sem ser incomodado ou agredido ou roubado por quem quer que seja. É preciso dar um basta nisso! Bandidos é que precisam ter medo de aprontar os seus crimes a torto e a direito como está ocorrendo atualmente. Isso sim é que poderíamos estar achando coisa normal.

As pessoas estão se tornando reféns dos bandidos de várias formas e tudo vem sendo assimilado sem muita reclamação, é a minha percepção. Os muros das casas foram erguidos, portões eletrônicos, circuitos internos de câmeras de segurança com cercas elétricas devidamente instalados nas residências e quem tem um dinheirinho a mais quer morar em condomínios fechados, como se isso resolvesse o problema da insegurança pública. Não resolveu nadica de nada e nem vai resolver. A bandidagem continua apenas com mais liberdade de ação do lado de fora, só isso.

O que fazer para debelar essa ousadia toda da bandidagem, colocando, digamos, mais ordem na casa, não parece ser a grande prioridade para a sociedade, de um modo geral. A indignação acontece mesmo é quando a vítima é alguém muito próxima, quando é apenas com o outro, cada um que chore pelos seus. É essa a impressão que eu tenho. Tomara que eu esteja totalmente equivocado e que surjam mudanças neste aspecto, trazendo segurança pública novamente para todos nós. É isso.


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