O eleitor podia deixar de reeleger os candidatos nestas eleições


Temos políticos que estão há décadas pedindo votos a cada dois anos, sendo eleitos, reeleitos e cuidando bem de si próprios e nem tanto do interesse público

Ilustração com foto do TSE.




Depois de tantas revelações escabrosas nos últimos tempos sobre o modus operandi dos políticos e partidos brasileiros no poder, penso que “sua excelência, o eleitor”, lembrando frase do saudoso Ulysses Guimarães, bem que poderia não votar em nenhum candidato que busca reeleição no pleito de outubro deste ano. Isso vale também para quem está aí no “mercado” há muito tempo. É preciso encontrar um jeito de ir fazendo a reposição, na medida do possível, desse pessoal que a cada dois anos, aparece pedindo voto. A gente podia votar uma vez só na pessoa, para um cargo, e estaria de bom tamanho. Quer ser vereador? Dispute as eleições, vença a peleja, cumpra o mandato e bye, bye. Quer ser prefeito? Da mesma forma. Quer ser deputado estadual ou federal ou senador? Ok. Uma possível nova regra de conduta está aí proposta. Mas, eleito, o cabra quer assumir secretaria municipal, de Estado ou Ministério? Simples. Renuncie ao mandato e vai cuidar da vida então em outro cargo. E isso podia ser um procedimento do eleitorado para as eleições até o nível máximo, de presidente da República. Mas, infelizmente, sabemos como a banda toca neste “País Tropical”, agimos ao contrário e votamos nas mesmas criaturas lá se vão décadas. Daí, os caras se acostumam ao bem-bom do “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, vão criando os seus esquemas e se perpetuando no poder. Essa gente cuida muito bem de suas carreiras e negócios particulares, mas a realidade demonstra que são descuidadas toda vida com o tal do interesse público. A coisa é tão esquisita que existem políticos que transferem os respectivos domínios (não empregarei aqui o termo “curral eleitoral”, mas poderia...) para os seus chegados, familiares e amigos próximos. E acredito que isso pode e deve ter um fim, para tanto, o eleitor precisa acordar, levantar-se do “berço esplêndido” e assumir de fato a responsabilidade como agente que é do processo eleitoral. Ficar naquela posição do sujeito “com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”, como nos diz aquela canção do Raul Seixas, é passar recibo de cidadãos descomprometidos com a própria vida, que se deixa iludir por aquela bobageira de “Salvador da Pátria” ou similares. Será que isso é pedir demais da conta? Tomara que não.

Comentários

Deivid Oliveira disse…
O país precisa de uma reforma eleitoral com urgência. Uma reforma que proíba a reeleição em todos os níveis. Precisamos também de uma reforma do judiciário, chega de ter cargos vitalício nesse país... Enfim o Brasil precisa urgentemente ser reformado...