Ser oposição ou situação não depende só do resultado das urnas

Nas urnas o prefeito eleito tem minoria de vereadores, nada que uma boa conversa pela “governabilidade” não resolva



O resultado das eleições para vereador em Trindade, naquele domingo, dia 15 de novembro, quando estiveram em jogo 19 vagas na Câmara Municipal, para 2021-24, ficou assim favorável à oposição. Em tese, convém registrar logo de cara. Antes, porém, vale lembrar que atuais 17 vereadores, seis foram reeleitos. Retomando, a base de apoio da candidatura vitoriosa para prefeito, com o patriota Marden Júnior à frente, elegeu sete parlamentares.

PATRIOTA: Cabeção (reeleito), Marco Aurélio e Renato (reeleito). PSDB: Ferruja e Leobino. REPUBLICANOS: Baiano do Esporte. PMN: Cleytinho.

Já o outro lado, aquele pessoal que se candidatou apoiando os demais concorrentes (Alexandre César, PSD; Dr. Antônio, DEM e Dr. George, PDT) conseguiu eleger 12 vereadores.

DEMOCRATAS: Bruno, Johnatan (reeleito) e Maurinho. PSD: Dr. Dyego (reeleito) e Manin do Esporte. PODEMOS: Rildo e Samuca. PDT: Raimundo Neto e Dr. Édson. MDB: Nélio. PTB: Márcia (reeleita). PP: Pastor Zeca (reeleito).

Se resultado de urna determinasse a sério o papel dos parlamentares quando aboletados no poder, digamos, o prefeito eleito Marden Júnior poderia ter problemas, mas, na prática, não é exagero se dizer que as circunstâncias lhes são favoráveis. Afinal, o futuro chefe do Executivo trindadense está em fase de lua de mel com o eleitorado pela vitória obtida, além de ter cargos em comissão aos montes para oferecer como argumento para a formação de sua base de apoio no Legislativo.

Não é novidade para seu ninguém a forte determinação que os parlamentares daqui e alhures demonstram ter de sempre garantir a “governabilidade”. Pois é, pois é, pois é. Daí, uma boa conversa do prefeito eleito ou algum representante sempre é capaz de reverter esse placar de 12 a 7 para a oposição assim da noite para a noite mesmo ou enquanto durar o bate-papo, se é que me entendem.

Vereador existe, na letra fria de textos legais, para fiscalizar os atos do Executivo (prefeito, sobretudo), analisar, discutir e votar projetos, mas a maioria acaba atuando mesmo como facilitadores de acesso a determinados serviços públicos pela população e por essa razão convém estar de bem com o portador da caneta que nomeia, exonera e assina as ordens de serviços.

Até mesmo a escolha do presidente da Câmara, na maioria das vezes, é decidida não apenas entre os vereadores, mas percebe-se a predominância da vontade do prefeito que unge um determinado parlamentar que passa a ter a preferência da maioria.

Já demos nota neste modesto blog sobre o desejo do vereador eleito Ferruja (PSDB) de ser o presidente do Legislativo municipal no período de 2021-22, mas, nos bastidores, o nome que, dizem, é do agrado do prefeito eleito é o do vereador reeleito Cabeção (PATRIOTA). Aguardemos. Para quê a pressa, né?


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