A criação de Colégios Militares em Trindade virou uma confusão

Políticos municipais resolveram mexer nos colégios estaduais em Trindade movimentando-se como elefantes em lojas de cristais


Colégio Estadual Padre Pelágio: 1.341 alunos bem atendidos em 2017.

E a transformação dos Colégios Divino Pai Eterno (Vila Pai Eterno) e Alfa Ômega (Jardim Ipanema), em Colégios Militares, segundo lei aprovada pela Assembleia Legislativa de Goiás e sancionada pelo governador Marconi Perillo (PSDB), virou uma confusão só, provocada pela ação patrocinada pelo prefeito Jânio Darrot (PSDB) e diversos vereadores que, de uma hora para outra, cismaram que a cidade precisa de Colégio Militar, um serviço público estadual, diga-se.

Para quem observa aqui da planície a movimentação das autoridades políticas municipais nessa mexida na rede de ensino estadual que funciona na terra de “Ana Rosa e Constantino Xavier”, a imagem que vem à mente é algo semelhante ao resultado provocado pela movimentação de um elefante dentro de uma loja de cristais. Meio exagerado isso? Talvez seja, mas até o momento o negócio e bem por aí mesmo: inabilidade total. Pois é, pois é, pois é.

Como já demos notinha aqui, o Colégio Divino Pai Eterno não terá a gestão repassada ao Comando do Ensino da Polícia Militar de Goiás, porém a Secretaria de Estado da Educação e Cultura (SEDUCE) quer tornar o estabelecimento uma escola em Tempo Integral. A propósito, houve na noite desta quarta-feira (6), reunião Colégio Divino Pai Eterno entre dirigentes do local com técnicos da SEDUCE para tratar da implantação do regime de Tempo Integral. Ou seja, a comunidade escolar não quis ser Colégio Militar e ganhou uma espécie de “presente de grego”, o regime de Tempo Integral.

Mas e daí, perguntaria o internauta meio reticente a essas mudanças? Bem, o Colégio Divino Pai Eterno trabalhou neste ano, em três turnos, com um alunado do tamanho de, mais ou menos, 1,6 mil estudantes. No regime de Tempo Integral, no mesmo local, para o próximo ano letivo, deverão ficar ali modestos e, no máximo, 600 alunos. Ou seja, mil estudantes terão que buscar ensino em outros estabelecimentos na “Capital da Fé”. Detalhe, dos mais de 40 professores que trabalham no local, apenas a metade permanecerá dando aulas por lá, caso vingue a decisão da SEDUCE. Trata-se de um senhor transtorno na vida de muita gente. Ah, sim! E regime de Tempo Integral é um projeto, tal qual o é o Colégio Militar. Muda o governo e projeto pode ser até cancelado, não é verdade? 

Dando continuidade ao prosseguimento”, como diriam os caras daquela dupla goiana de humoristas, "Vira&Mexe"”, na segunda-feira (4), por volta das 20h, aconteceu reunião de representantes da Coordenadoria Regional de Educação de Trindade e do Comando de Ensino da Polícia Militar com os dirigentes, professores e servidores administrativos do Colégio Estadual Padre Pelágio, no Jardim Salvador, a bola da vez, para apresentar o projeto de Colégio Militar. Segundo apuramos, o resultado foi que, se depender do desejo da comunidade escolar do local, o Colégio Estadual Padre Pelágio continuará sob a gestão de civis.

Vale notar que o Colégio Padre Pelágio está vivendo um momento especial sob a administração competente de um jovem professor, Lucas Coelho, cujo trabalho imprimiu uma nova cara àquele estabelecimento, que ofereceu serviços educacionais para um contingente de 1.341 alunos, ao longo deste ano, que também possui tradição no ensino médio aqui na “velha Trindade da fé e do amor”, despertando o reconhecimento e contando com a aprovação da comunidade local. Ou seja, o “time está ganhando, mexer para quê?”

Por seu turno, a respeito do Colégio Alfa Ômega, na região Leste de Trindade, só se ouve o silêncio das autoridades e técnicos envolvidos nessa peleja, que até agora, apenas trouxe incertezas quanto ao futuro, provocou insegurança na vida profissional de muitos servidores e centenas de alunos podem ter que mudar de escola para continuar os estudos. Ah, sim! E o ano letivo de 2018 “vem rompendo aí na cabeceira” (A benção, Geraldinho!). Que confusão! Assistindo a este espetáculo, dá vontade até de cantar com o Jorge Benjor, em W/Brasil... “Chama o síndico, Tim Maia!”


Comentários

Unknown disse…
Segundo a representante da Secretaria Estadual de Educação que apresentou o projeto, apenas 350 alunos estão matriculados no CEDPE no colégio de tempo integral. Segundo pesquisa dentro da escola, entrevistando os próprios alunos, de 12 salas de 1 série de ensino médio, aproximadamente 500 alunos, apenas 35 disseram que vão renovar a matrícula se o regime de tempo integral for realmente implementado