Líderes e gestores: quais as diferenças de função em meio a prática da saúde?

Estudo do pesquisador e professor de Saúde canadense, Henry Oh, analisa a liderança e a gestão em teorias de funcionamento diversas

Prof. Henry On, à direita. (Foto: Divulgação/MF Press Global)



A personalidade de liderança é muito estimada e estimulada na sociedade desde os primórdios da vida educacional. Porém, é de senso comum que ‘ser líder’ não é uma função inata a todas as pessoas, sendo uma característica especial que pode ser desenvolvida com o ambiente no qual o indivíduo se encontra. Para o membro do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito, Professor Titular, Pesquisador da Logos University e Chefe do Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Idaho, Henry Oh, que também foi eleito o melhor professor de saúde dos Estados Unidos, é necessário fazer uma clara distinção entre a liderança e a gestão. “Existem indivíduos que são principalmente líderes, mas também podem possuir habilidades gerenciais, enquanto há indivíduos que são principalmente gerentes, mas também podem exibir algumas qualidades de liderança. Há também um grupo de indivíduos que possuem fortes qualidades de liderança e gestão”, explica.

De acordo com ele, geralmente, os líderes influenciam seus seguidores a perseguir objetivos específicos, enquanto os gerentes direcionam seus funcionários para concluir tarefas. “Os líderes têm uma capacidade única de reunir os funcionários em torno de uma visão. Os gerentes, por outro lado, são mais aptos a executar a visão de maneira muito sistêmica e orientar os funcionários sobre como fazê-lo”, detalha o especialista no seu estudo.

Muitos estudos de pesquisa foram conduzidos com várias teorias de liderança amplamente populares, como por exemplo: Teoria do Grande Homem, Teoria dos Traços, Teorias da Contingência, Teorias Comportamentais, Teoria Transacional e Teoria Transformacional. Para Henry Oh, no meio da saúde, tais diferentes teorias podem ser aplicadas em situações específicas. “Trabalhar em um ambiente clínico, por exemplo, pode ser estressante e esmagador, especialmente durante emergências, quando há um alto volume de carga de trabalho, e ainda mais complicado com a falta de pessoal. Um gerente ou supervisor deve assumir a liderança para identificar prioridades, atribuir carga de trabalho, encontrar recursos e manter a situação sob controle. O líder pode monitorar efetivamente as necessidades da unidade ou departamento quando a situação está sob controle”, opina.

É válido ressaltar que a segurança do paciente deve estar sempre em primeiro lugar. “Quando a segurança do paciente está comprometida, o líder precisa corrigir a situação. Uma situação comprometida pode incluir mau funcionamento do equipamento, falta de suprimentos, erro no procedimento, incompetência da equipe, sistema operacional ineficiente, atrasos, relatórios atrasados e conflitos. Qualquer uma dessas situações é fundamental para o atendimento ao paciente. A Teoria da Contingência de Fiedler enfatiza o controle sobre a situação e as tarefas com objetivos e procedimentos claros. Esta teoria aplica-se apropriadamente à liderança na prática clínica”, pontua Henry Oh.


Fabiano de Abreu, da MF Press Global


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