Pensando a respeito das eleições para deputado estadual em terras trindadenses.


Posso estar enganado, mas em se tratando de campanha política, quem tem vários candidatos acaba não tendo nenhum. Explico, evidentemente. Se o prefeito não lança um nome para concorrer a uma das 41 vagas na Assembleia Legislativa de Goiás, por exemplo, nas eleições de outubro deste ano, e frequenta os mais diferentes palanques de candidatos, acho bobagem pensar que existe ao menos um preferido. Se houvesse, imagino, este receberia toda a atenção do chefe do Executivo municipal e de seu grupo político.

Mas também não condeno essa prática não. Afinal de contas, se a gente pegar o caso de Trindade para observar bem, facilmente concluiremos que dentre os atuais candidatos, haverá gente aí de olho mesmo é no comando da Prefeitura que estará em jogo nas eleições municipais de 2016 quando inclusive o atual prefeito deverá também tentar sua reeleição. Talvez ficar assim equidistante, pelo menos dos principais nomes que estão agora na peleja pelo cargo de deputado estadual, seja mais prudente mesmo. Vai saber, né?

O atual quadro político mostra que a esmagadora maioria das candidaturas é muito frágil mesmo. Há candidatos com atuação muito localizada em Trindade, inclusive por nunca terem tido uma militância política mais ostensiva. Nélio Fortunato (PMDB) que está disputando a reeleição acaba sendo o nome, digamos, favorito de Trindade a obter uma vitória nestas eleições e permanecer com assento no Palácio Alfredo Nasser, sede da Assembleia Legislativa de Goiás.

Recordando
Nas eleições de 2010, houve forte polarização entre dois candidatos a deputado estadual: Nélio Fortunato, cujo irmão Ricardo, ambos peemedebistas, era o prefeito de Trindade naquela época, e o tucano Jânio Darrot, o atual prefeito da “Capital da fé”. A disputa entre os dois foi tão acirrada que ninguém prestou muita atenção aos demais concorrentes. As urnas deste Goiás de meu Deus receberam 28.290 votos para Nélio Fortunato e 46.004 votos para Jânio Darrot Jânio Darrot. Claro que os dois foram eleitos.

Mas veja bem a que números se chegou como resultado do acirramento entre os grupos liderados, de um lado, pelos irmãos Fortunato e, de outro, por Jânio Darrot, no pleito de 2010. Somados, os votos de ambos os concorrentes trindadenses representaram 64,79% dos votos válidos. Algo impressionante mesmo. Nélio recebeu 13.372 votos ou 24,87% dos votos válidos em Trindade, enquanto que Jânio ricou com 21.470 votos ou 39,92% dos votos válidos na “Capital da fé”. Os restantes 35,21% dos votos válidos foram distribuídos pelos demais concorrentes. E o eleitorado trindadense é muito camarada pois aparece voto para quase todos os candidatos nas urnas da 49ª Zona Eleitoral, vale lembrar.

Só pra terminar
Os tempos agora são outros e dificilmente haverá uma disputa por uma vaga de deputado estadual entre os concorrentes que atuam em Trindade tão acirrada como aquela lá de 2010. Agora, a dúvida que persiste é saber se com a campanha algo morna demais da conta a que estamos assistindo será capaz de empolgar o distinto eleitorado local a concentrar a votação em um determinado concorrente, facilitando sua vitória. Afinal, os números acima demonstram como foi relevante a votação dos trindadenses para os dois deputados eleitos nas últimas eleições.


Comentários