E os candidatos derramaram santinhos nos locais de votação

Tapetes de santinhos diante dos pontos de votação neste domingo em Trindade foi uma “estratégia de campanha”



Tapete de santinho em frente do Colégio Divino Pai Eterno.


O Domingo (2) foi dia das eleições municipais neste ano, todo mundo sabe disso. E ontem as ruas dos locais de votação em Trindade foram cobertas por tapetes de santinho. Que coisa mais feia e desajeitada! E perigosa também para os pedestres, sobretudo. Os candidatos e/ou seus apoiadores jogaram uma quantidade generosa mesmo de papel de propaganda talvez no desespero de influenciar o eleitor a olhar o impresso no chão e decidir ali mesmo votar no dito cujo daquela propaganda. Aneim! Fala sério, viu!

E essa prática horrorosa é comum não apenas aqui “no” Goiás. Absolutamente! O noticiário da cobertura das eleições esteve repleto de notinhas a respeito desse tipo de sujeira produzida pelos políticos em tudo que é banda no Brasil. Na Rádio CBN Goiânia ouvi a repórter Fabiana Pulcineli, que está com os pés machucados, engessados, locomovendo-se com uso de bengalas, reclamando da dificuldade que é andar sobre os papéis, lembrando que o risco de cair é semrpe muito grande. Reportagem da TV Anhanguera também destacou a bronca de uma eleitora de Aparecida de Goiânia que escorregou enquanto caminhava sobre esse tipo de tapete de santinhos e levou um baita tombo.

Na minha opinião, que não conta muita coisa nada, quem faz isso não tem respeito pelas demais pessoas. E o pior de tudo é que os autores dessa lambança são os caras que se candidatam, ou seus apoiadores, a cargos públicos, no caso, o pessoal que pede voto para assumir cargos de vereador, vice-prefeito e prefeito. Pense bem. O camarada tem a cara de pau de sujar as ruas, avenidas e os locais de votação, agora imagina como é que deve ser a noção de respeito à coisa pública de uma criatura dessas. No poder um cabra desses pode muito bem vir a fazer o diabo no uso da máquina pública, eis o grande temor.

Seria fácil evitar que algo do tipo acontecesse. Bastava que os líderes de cada partido ou coligação partidária emitissem uma ordem explícita mesmo, proibindo que cabos eleitorais, apoiadores, bem como os próprios candidatos, de fazer esse derrame de santinhos nos logradouros públicos. Se o material sobrou era só fazer uma doação para quem trabalha com reciclagem de papel, que aí, sim, estaríamos diante de um gesto elogiável, com inequívoco sentido de responsabilidade ambiental. Agora, simplesmente quem devia dar exemplo de respeito ao meio ambiente e à cidadania, dá de ombros, finge-se de morto ou impotente diante do fato e assim fica o dito pelo não dito, terminam as eleições, os garis são acionados para remover a porcaria feita pelos políticos e vida que segue.

Santinhos na calçada do Colégio Castelo Branco.
O triste disso tudo é que nós convivemos muito bem com líderes assim descomprometidos com as regras do bem viver, do respeito ao meio ambiente e aos bons costumes relacionados à boa educação, pura e simplesmente. Seria mais interessante se as pessoas reprovassem com veemência este tipo de “estratégia de marketing eleitoral”, mas não é bem o que ocorre. No Colégio Estadual Divino Pai Eterno onde funcionaram 16 Seções de votação, havia santinhos demais da conta em frente ao local. Coisa igual era possível se verificar na rua de acesso ao Colégio Estadual Castelo Branco, no Setor Oeste, que sediou 13 Seções eleitorais, igualmente transformado em depósito de santinhos. Mas ali, vale lembrar, a sujeira não era só de impressos de campanha eleitoral, pois havia um monte de areia na calçada também.

E desse jeito vamos elegendo políticos dispostos a usar de qualquer artifício para tentar conquistar votos, se eleger e chegar ao poder. Pouco importa se, para tanto, seja conveniente aos interesses do candidato emporcalhar as vias e os prédios públicos onde são realizadas as eleições. Os caras parece que enxergam nos locais de votação uma espécie de lixeira a céu aberto. Esse comportamento é bastante revelador de como somos lenientes com os políticos muitas vezes abusados toda vida. É isso aí! E mais não digo nem me foi perguntado.


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