O Vício da Vaidade

O vaidoso considera muito importante a própria personalidade

Pedro Scalon Neto, cantor e compositor. (Foto: Divulgação)


"Como todo vício moral, a vaidade impede uma apreciação precisa da realidade". Satisfazer a vaidade é um grande perigo. A tentação de evidenciar a própria grandeza pode fazer um ser cair no ridículo.

Há pouca coisa mais lamentável do que alguém despreparado desempenhando um grande papel. A ausência de discernimento pode levar a ver virtudes onde elas não existem. A aceitar conselhos de quem não merece confiança. A tomar decisões sob falsas perspectivas.

A vaidade manifesta-se sob muitas formas. Está presente na vontade de dizer sempre a última palavra. Por relevante que seja o argumento do outro, o vaidoso não consegue dar-lhe o devido valor. Imagina que, se o fizer, diminuirá seu próprio brilho.

O vaidoso tem dificuldade em admitir quando erra, mesmo sendo isso evidente. Ele não consegue perceber a grandeza que existe em admitir um equívoco. Que é mais louvável retificar o próprio caminho do que persistir no erro.

A vaidade também dificulta o processo de perdoar. O vaidoso considera muito importante a própria personalidade. Por conta disso, todas as ofensas que lhe são dirigidas são gravíssimas. Já os prejuízos que causam aos outros são sempre pequenos.

Afinal, considera o próximo invariavelmente mais insignificante do que ele próprio. A criatura acometida de vaidade dá-se uma importância desmedida. Imagina que os outros gastam horas refletindo sobre seus feitos. Por conta disso, sente-se compelida a parecer cada vez mais evidente.

Como todo vício moral, a vaidade impede uma apreciação precisa da realidade.


Pedro Scalon Neto é compositor e cantor goiano

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