Pouco debate sobre políticas públicas e medidas de governo em Goiás

Fala-se muito sobre a economia nacional enquanto a realidade goiana é pouco discutida


No meio da atual crise econômica e política nesta “terra em que se plantando tudo dá”, chamada Brasil, o foco encontra-se nas contas do governo federal. Todo mundo só fala disso. Os analistas então se esbaldam em suas análises enfatizando que a situação está ruim e vai piorar. Misericórdia! E pelas lentes do pessoal entendido da matéria política e econômica ou nem tanto assim, segue a exposição dos detalhes ruins. De novo, isso no plano nacional.

Curiosamente, ao menos 14 estados da federação aumentaram impostos, dentre eles Goiás, sob o comando do governador Marconi Perillo (PSDB) pela quarta vez no comando da Máquina Estatal goiana. Como acontece em nossa terrinha, a Assembleia Legislativa não se distingue por ser um local de debates produtivos das iniciativas dos governadores. Os projetos do Chefe do Executivo Estadual quando lá chegam, no geral recebem de pronto o sim da maioria dos deputados e o desejo do “inquilino da Casa Verde” se torna lei.

Agora mesmo, foram aprovados reajustes no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), no Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), bem como no Imposto Sobre Transmissão de Causa Mortis e Doação (ITCD). E isso, evidentemente, em razão de que as contas públicas do Governo de Goiás precisam ser fechadas mas a coluna das despesas tem sido maior do que as respectivas fontes de receitas. Vai daí que o negócio não está fácil para seu ninguém, muito menos para o poder público, conforme diversas manifestações da economista Ana Carla Abrão, secretária da Fazenda de Goiás.

O que estou querendo com essa conversa toda, internauta impaciente? Ora, apenas chamar atenção para o fato de que as decisões de governo no Estado são menos discutidas e analisadas por aqui. A maioria dos jornalistas, analistas econômicos e políticos se preocupa demais com o plano nacional dos acontecimentos e as coisas da província, digamos assim, vão acontecendo enquanto pouca gente presta atenção a elas. Ou estarei enganado ou exagerando? Sinceramente, não vi nem li ou ouvi críticas ou análises das medidas do Governo de Goiás, por exemplo, uma delas fez com que os proprietários de carros com até 15 anos de uso passem a pagar IPVA, a partir de 2016, e pronto e acabou. Até agora, carros com mais de 10 anos estavam isentos.

Se o governo federal está faltando apenas fazer cair chuva para, em contrapartida, recriar a Contribuição Provisória Sobre a Movimentação Financeira (CPMF), agora sob outro nome e destinação, a Contribuição Provisória para a Previdência (CPP), não falta articulista para criticar a medida claramente antipática, inclusive para este blogueiro. No entanto, os reajustes de impostos nas terras goianas são aprovados pelos deputados estaduais numa velocidade impressionante e a gente tem dificuldade para encontrar analistas daqui criticando a coisa toda.

Talvez a minha percepção esteja descalibrada, me impedindo de enxergar o que realmente acontece a minha volta. Pode ser, né? Mas o fato é que sinto falta de me deparar com um debate mais claro, interessante e produtivo sobre as escolhas que o atual governo tem feito e não apenas em relação a estes aumentos de impostos. Se duas cabeças pensam melhor do que uma, como dizem por aí, vários cérebros raciocinando criticamente a respeito de politicas públicas ou medidas de governos, podem levar a melhores soluções para os velhos problemas de custeio da máquina governamental. É só uma ideia.


Comentários