Funeral ecológico

A água não diminui nem aumenta no Planeta, apenas muda de lugar



Cristiano Leandro de Souza
Cumpre-nos o doloroso dever de anunciar os últimos dias de nossa Flora e de nossa Fauna. Aqui jaz a ecologia e o meio ambiente.

Lamentamos profundamente o ocorrido e ou o que está para acontecer. Esta situação é a dura e dramática realidade de uma região, cujo povo é ordeiro e laborioso. E também pela pujança e primazia do veio opulento de produção agropastoril e geradora de alimentos e riquezas inegáveis de seu solo fértil. Possuindo uma plêiade de produtores rurais que estão aderindo-se e adaptando-se aos novos padrões tecnológicos e exigências de mercado de forma sempre rápida, produtiva, inovadora e competitiva.

Todavia, urge um acompanhamento assíduo e eficaz, neste processo dinâmico, oportuno, louvável e salutar que é a nossa agropecuária. Observando-se a Aldeia Global dentro do cenário agrícola mundial, notadamente as megatransformações advindas das cadeias produtivas. Assim como a nova onda verde: Biotecnologia e Agricultura de Precisão, também a utilização das transgênicas e atributos qualitativos, automação nos processos produtivos, menor desperdício de insumos, com aplicações dirigidas, com a predominância dos pacotes tecnológicos, prevalecendo o fascínio e domínio das tecnologias preconizadas e apregoadas.

Tudo isso em virtude do aumento populacional e da crescente demanda de alimentos em nível mundial. A bem da verdade, achamos imprescindíveis estas megatransformações que certamente nos enquadraremos a elas e aos novos padrões. O nosso homem rurícula haverá de ser o homem globalizado porque o agribusiness assim o exige em regime de urgência, produzindo com altas tecnologias sim, mas nunca depredando a natureza.

Outrora, os produtores rurais eram rotulados de lavradores, fazendeiros, proprietários, agricultores, dentre outros. Hodiernamente, estas alcunhas já não lhes soam bem. Terão que assumir a nova nomenclatura de ”empresários rurais”, orgulhando-se de pertencerem a uma função tão nobre. Lembrando-se que devem produzir com abundância e sempre respeitando a terra, o ar, a água, a flora e a fauna que são componentes vitais à sobrevivência humana.

Outro ponto a ponderar é que, na atualidade, podemos considerar que o solo é um recurso natural não renovável e que a água não diminui e nem aumenta no planeta, apenas muda de lugar. Lembremo-nos que “tudo que fere a terra, também fere os filhos da terra”.

Diante destes novos conceitos de tecnologias, atualmente é inconcebível, sofrível e tenebroso presenciarmos os maus tratos ao nosso maior patrimônio: O meio ambiente. É o mesmo que destruir o nosso lar... e a nossa Bandeira, que aliás, as suas lindas cores já não simbolizam mais as nossas imensuráveis riquezas.

O azul foi substituído por uma tonalidade fosca, por causa da fumaça das queimadas e de outros poluentes. O verde, que outrora simbolizava nossas Florestas, já não vislumbramos mais. E as margens plácidas de nossos mananciais? Só nostalgia. Os bosques parecem não ter mais vida... E os nossos campos não tem mais flores. Acho que não descansaremos em paz, em berço esplêndido de madeira... É a lei da complexa vida, fazer o que? SALVE... SALVEM-SE!
                                                                         


Cristiano Leandro de Souza é consultor da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (EMATER) em Trindade.


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