Pensando sobre a importância de se ter padrinho nessa vida

Prefeitos costumam exonerar servidores comissionados que recebem baixos salários


(Imagem: Blog do AFR)


Política parece não ser uma coisa de Deus, não senhor. Eita atividadezinha terrível para promover muito mais a contrariedade no povo do que propriamente impulsionar o tão aspirado bem-estar social para a população. É isso ou não, internauta um tantinho mais politizado?

Vivemos a poucos meses as eleições nos mais de 5,5 mil municípios deste Brasil de meu Deus. A vitória de uns e a derrota de outros, evidentemente, fez a alegria de muita gente. É assim o jogo. Quem ganha fica feliz da vida; aos perdedores... Os caras já sofreram demais da conta pelo fracasso na disputa, melhor deixar esse pessoal quieto.

Mas sempre tem gente que padece mais do que outras criaturas. Ah, e como! Sabe, é aquilo ali que a sabedoria popular nos ensina e de graça: “A corda sempre arrebenta do lado mais fraco”. Vai aí então um conselho gratuito deste blogueiro, na vida trate logo de identificar o lado mais fraco da corda e fique na outra ponta, toda vez que isso for possível. Do contrário, não adiantará “chorar pelo leite derramado”. É entregar para Deus.

Dia desses estava conversando com um político bastante conhecedor da realidade trindadense a respeito dos efeitos de uma campanha eleitoral na vida de muitos trabalhadores, principalmente aqueles contratados em cargos comissionados na Prefeitura. É uma tristeza a coisa. É um ciclo vicioso que se repete e repetirá, suspeito, ad infinitum. O sujeito se candidata, conquista apoiadores, ganha-lhes os votos, vence a disputa, assume o poder e, na maioria dos casos, faz o que mesmo? Em nome da propalada austeridade administrativa e saúde financeira da Viúva, corta pessoal. Quem paga o pato? Justamente os comissionados, onde há de tudo, desde quem não precisa tanto até quem não possui outra chance de conseguir vaga no concorrido mercado de trabalho no qual há mais de 12,3 milhões de desempregados, segundo dados referentes ao Brasil de dezembro do ano passado.

É triste ver pessoas humildes sendo exoneradas de seus cargos com salários baixíssimos, enquanto candidatos que perderam as eleições são nomeados para funções importantes para receber contracheques gordos”, comentava o meu interlocutor. Ou seja, a justificativa das demissões de comissionados para economizar dinheiro público cai por terra em situações como essa, não há como negar. “Se o objetivo de demissões tivesse a ver com economia, o facão seria impiedoso com os cargos que pagam maiores salários”, eis a conclusão final do bem informado interlocutor deste blogueiro.

Resumindo, quando o assunto é manter um cargo comissionado qualquer na administração pública, o fundamental mesmo é ser afilhado de alguém com peso político, não é verdade? É justamente esse singelo detalhe, ter padrinho com poder e disposição para ajudar, que os políticos têm e a ele recorrem sem desassombro. E é isso que funciona na prática. Afinal, “quem tem padrinho não morre pagão”. Mais não digo nem me foi perguntado.


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