Cadê o pessoal bacana, correto, para se filiar aos partidos políticos e promover a renovação político-partidária?


É um argumento recorrente quando se está discutindo política ou as preferências individuais por este ou aquele candidato nas campanhas eleitorais: faltam bons políticos para se votar. Não é verdade, amigo internauta? Não é isso o que a gente mais ouve cotidianamente? Já me cansei de escutar essa cantiga e faz tempo. De acordo com, sei lá, o senso comum, as opções são escassas demais da conta, em se tratando de bons políticos, homens ou mulheres, neste Brasil de meu Deus.
Naqueles agitados dias de junho deste ano, entre uma e outra manifestação popular, muita gente falava disso, da baixa qualidade dos políticos brasileiros. E neste contexto fica difícil para o eleitor escolher, pois estão todos nivelados por baixo. Bem, é mais ou menos por aí que se percebe o desenrolar das disputas políticas que visam, evidentemente, a conquista do poder, dos postos de comando das máquina administrativa nas três esferas, os Municípios, os Estados e a União.
Acho muita simplificação do assunto e sabe por quê? Ora, os políticos brasileiros saem de onde mesmo? Do meio do povo, não é isso? Ah, claro, quando se menciona o povo, geralmente a palavra vem com o objetivo de enaltecer as qualidades atribuídas ao conjunto. Mais ou menos assim, o povo é maravilhoso; já os políticos, gestores públicos, autoridades, profissionais em geral, deixam a desejar por pensar só em si. É o que eu consigo entender nessas situações.
Lógico que discordo dessa forma de pensar. Se as partes que formam o todo têm lá os defeitos não dá para pensar que o conjunto da obra será coisa assim tão perfeita, imagino. Mas o problema mesmo, internautas queridos, está na seguinte constatação: Cadê as pessoas boas, bacanas, legais, cumpridoras das leis, de moral ilibada, de um comportamento ético inquestionável, que tanto criticam a todos por ventura no poder, mas que sequer se filiam aos partidos políticos para abraçarem a causa da defesa do bem comum?
É isso que penso estar faltando de verdade na política brasileira. Muita gente que cobra os melhores e mais elevados padrões de comportamento moral e ético aos políticos entrar para a política, ora pois. Ficar, como na canção “Ouro de tolo”, do Raul Seixas, “Eu é que não me sento no trono de um apartamento, com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”, talvez não seja a melhor e mais adequada coisa a se fazer. Ação, senhoras e senhores!
Não é tão difícil a gente ficar criticando aqueles que entram para a política e exercem mandatos em desacordo com o que pensamos ou desejamos. Agora, complicado demais é ter a coragem de sair da zona de conforto em que se vive e entrar para uma atividade desgastante e que absorve por completo o sujeito, caso da militância político-partidária. Penso que este é o desafio ao qual muitas pessoas que vejo opinar sobre política devia encarar. Afinal, renovação dos quadros da política sempre está na ordem do dia.
E estamos nos últimos dias para quem quiser se candidatar nas eleições de outubro do próximo ano possa se filiar a um dos quase 40 partidos políticos existentes no Brasil. Mas não é isso o que estamos vendo acontecer não. Está em curso o velho e batido estratagema de se trocar de legendas partidárias tendo como protagonistas não apenas os velhos políticos de sempre, mas vários novos homens e mulheres que buscam tão-somente as melhores condições para disputar cargos públicos nas eleições do ano que vem. E por fim, acho bom ir logo dizendo que me incluo na lista dos que criticam mas optam por ficar quieto em casa, cuidando da própria vida.

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