No país tropical assistimos à banalização da violência


Assassinatos frequentes de civis e militares nem despertam mais tanta indignação na sociedade

Ilustração retirada no Brasil 247



Misericórdia! Que gente mais violenta é esse provo brasileiro! Os goianos também não ficam devendo nada em termos de banalização da violência. Credo! A todo momento tomamos conhecimento de fatos horripilantes perpetrados neste Goiás a dentro. Enquanto isso, tem gente dando lustro à imagem de que seríamos um povo cordial, hospitaleiro e coisa e tal. Somos isso aí também, no entanto, o grau de brutalidade a que temos assistido diariamente no noticiário depõe contra a noção de brasileiro bonzinho. Longe disso.

Por qualquer “me dá cá essa palha” o sujeito mata o outro à luz do sol mesmo. A vida humana está em viés de baixa na bolsa de valores dos brutos. Vale lembrar que foram registrados mais de 61 mil assassinatos no Brasil, em 2016. Por causa de celular ou par de tênis muitas pessoas já perderam a vida sendo alvos de bandidos cruéis e, claro, covardes.

A semana que está terminando começou com o show de horror lá em Ipameri, sudeste goiano, realizado por bandidos cujo estilo de ação está sendo chamado de “novo cangaço”. Os caras, na madrugada de terça-feira (8), botaram o terror na população local, estimada em 30 mil habitantes, explodiram três agências bancárias, a agência dos Correios e uma joalheria. A reação da polícia veio rápido e inclusive já foram efetuadas prisões de suspeitos da autoria deste crime.

Os dias se seguiram e uma jovem advogada, de apenas 30 anos, foi assassinada assim friamente, em Goiânia, na quinta-feira (10), no bairro Alto da Glória, em Goiânia. Dois homens foram filmados no local e são suspeitos de terem assassinado a advogada, cuja vida acabou ceifada por criminosos iguais a tantos outros que andam soltos por aí barbarizando pessoas de bem, tornadas vítimas, não raras vezes sem quaisquer possibilidades de reação.

E na verdade, ninguém está em segurança neste país tropical. No Rio de Janeiro, somente nos cinco meses deste ano, 47 policiais militares foram mortos em serviço e até fardados. Neste sábado (12), foi noticiado o assassinato do cabo da PM fluminense, Rafael José Pereira (34), na Via Dutra, em Nova Iguaçu. Os bandidos não temem nada nem ninguém mais. Divino Pai Eterno, olhai por nós!

Pior de tudo é perceber que a população parece estar acostumada demais da conta com essa matança pelo país inteiro e já nem reage como deveria. Cadê pressão popular nas autoridades para tornar o combate ao crime algo mais eficiente, eficaz? É interessante ver as denúncias de corrupção envolvendo empresários, funcionários públicos e políticos despertando mais a atenção de brasileiros e brasileiras, principalmente nas manifestações indignadas nas redes sociais, do que os assassinatos noticiados dia sim e outro também.

Tempos difíceis, estranhos e perigosos esses que estamos vivendo, nessa “terra em que se plantando tudo dá”.


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