Agnelson Alves é eleito presidente da Câmara Municipal de Trindade

Articulação do prefeito Jânio Darrot determinou a vitória do novo presidente do Legislativo trindadense



Agnelson Alves, presidente eleito da Câmara de Trindade.
As negociações entre os 17 vereadores para a escolha do presidente da Câmara Municipal de Trindade para o próximo ano estagnaram quando a base de apoio ao prefeito Jânio Darrot (PSDB) contabilizou possíveis 8 votos; a oposição “nem tanto assim” passou a contar com iguais 8 potenciais votos. Restava, portanto, 1 voto de um eleitor cuja firmeza era igual a de uma folha de bananeira ao vento. Era preciso conquistar o voto desse eleitor arisco ou ensaboado demais da conta.

O pessoal gastou muita saliva lá entre eles, mas conseguir tal façanha que era bom, necas de pitibiriba. Foi aí que convenceram o prefeito de que sem a participação dele no processo, sua base de apoio não teria êxito na disputa. E por essa razão nesta terça-feira suas excelências, os vereadores, passaram quase todo o tempo reunidos para tentar fechar os acordos e conquistar os 9 votos necessários para a vitória. Nessa altura do campeonato o prefeito Jânio Darrot entrou em campo, disparou telefonemas para vereadores rebelados, recebeu um dos nobres edis para um pé-de-orelha e não é que a coisa se ajeitou favoravelmente para sua administração? Pois é, pois é, pois é! Ter capacidade de convencimento é fundamental, não é verdade. Sei...

E o que ocorreu hoje à noite na sessão da Câmara Municipal foi o seguinte. O presidente Dyego Marques (SDD) abriu os trabalhos e colocou a eleição em votação, com voto nominal e aberto. Foram apresentadas duas chapas para a disputa. Este blogueiro chegou a pensar que haveria uma composição entre oposição e situação, que dispensaria esse enfrentamento no plenário Hilton Monteiro da Rocha. Equivoquei-me. Bem, mas prosseguindo.

A chapa oposicionista, ficou assim constituída. Chapa 1: Rildo Ferreira (PMDB), presidente. Roni Ferreira (PDT), vice-presidente. Luis Barro Preto (PMDB), 1º secretário. Samuel Albernaz, o Samuca (PRP), 2º secretário. Erik Cotrim (PROS), 1º suplente. Rafael Gratão (PDT), 2º suplente. Os governistas foram congregadas assim na Chapa 2: Agnelson Alves (PV), presidente. Leobino Oliveira (PSDB), vice-presidente. Dyego Marques (SDD), 1º secretário. Maria de Lourdes (PSD), 2ª secretária. Hélio Braz (PPL), 1º suplente. Luiz Margarida (DEM), 2º suplente.

Contados os votos eis que a Chapa 2, encabeçada por Agnelson Alves obteve 9 votos, conquistando o comando do Legislativo trindadense para 2016. E sabe qual foi o voto assim fiel da balança, internauta curioso? Justamente aquele do atual presidente, vereador Dyego Marques. Desde que seu nome passou a figurar na Chapa 2 era evidente que o placar havia definido, mas o pessoal da Chapa 1, pela reação ao ouvir o voto do vereador Dyego, era de quem ainda nutria esperança que escutar “eu voto na Chapa 1” da boca do presidente da Casa. Bobagem, né?

Terminada a votação, conhecido o resultado, os oposicionistas ficaram furiosos com o presidente Dyego Marques, proferindo adjetivos pouco elogiosos ao jovem político trindadense que, chegando ao poder, demonstrou que aprendeu rápido a fazer o jogo para lá permanecer. Afinal de contas, o primeiro secretário é aquele que assina, digamos, os cheques juntamente com o presidente. Logo, o posto tem uma força nada desprezível no funcionamento do poder Legislativo.

Agora, é preciso registrar que a coisa ficou muito feia ao término da votação para a escolha da Mesa Diretora da Câmara Municipal. Falaram barbaridades que, acho, deve configurar algo como a quebra do decoro parlamentar em algum lugar deste Brasil de meu Deus. Claro que perder não é bacana e ninguém gosta disso, mas principalmente quem está exercendo mandato político precisa ter senso de que está ali representando um povo, uma comunidade, a sociedade, e nessa situação a educação, os bons modos, a urbanidade no trato com os pares com todos os demais, são indispensáveis para quem vive sob o regime democrático de direito. Lamentável aquele episódio.

Ainda comemorando a vitória, Agnelson Alves afirmou a este blogueiro que “A Câmara é do prefeito”, como quem admite que sem a intervenção do chefe do Executivo nas negociações, o resultado seria outro. É sabido que os poderes Executivo e Legistivo são autônomos e independentes, mas diante da frase dita pelo presidente recém-eleito da Câmara Municipal, não há como negar, demonstrado está que os vereadores se consideram inferiores ao procurar a tutela do prefeito nos momentos de decisão. Fazer o quê? Tem sido assim que a banda vem tocando aqui e alhures também.

Ah, sim! Abriram uma nova sessão sob o comando do vereador Ricardo Marques (PT), mas o quórum era insuficiente para debater e votar, em segunda votação, o Orçamento do município para o próximo ano. Isso aí ficou para uma próxima oportunidade, quando os ânimos exaltados de ontem estarão calminhos toda vida. De resto, internauta que vez por outra nos brinda com sua visita a este blog, é torcer para que não demore muito e a Câmara Municipal de Trindade passe a ser de fato e de direito da população trindadense como um todo, se é que me faço entender. É isso aí!



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