Todo apoio a um candidato a deputado estadual de Goiânia


Primeira-dama de Trindade usou o Facebook para anunciar que a base aliada do prefeito não lançará candidato à Assembleia Legislativa neste ano: “Lançaremos um de Goiânia para anos ajudar, conto com vocês”.


Comentário da primeira-dama no TEP Livre/Facebook.



Se havia algum político aqui de Trindade, principalmente integrante da base aliada do prefeito Jânio Darrot (PSDB), acalentando a esperança de se candidatar a deputado estadual nas eleições de outubro deste ano, contando com o apoio de sua excelência, pode tirar o cavalo da chuva. Daírdes Darrot, primeira-dama da “Capital da Fé”, postou o comentário acima em seu perfil no Facebook no qual bate a porta na cara de qualquer pretendente a entrar na briga por uma das 41 vagas na Assembleia Legislativa de Goiás apoiado pelo casal que se encontra à frente do grupo político instalado no poder municipal desde janeiro de 2013.

Ninguém vai questionar que Dona Daírdes quando fala de política, vocaliza também o que vai na cabeça do seu esposo e prefeito da “Velha Trindade da Fé e do Amor”. Além do mais, até o momento, não apareceu da parte do alcaide trindadense nenhuma manifestação no sentido contrário daquilo que foi escrito pela primeira-dama. “Eu acho que não faremos um deputado estadual, então lançaremos um de Goiânia para nos ajudar, conto com vocês”, revelou Daírdes Darrot.

Vamos lá. Na visão da primeira-dama e certamente do prefeito, pela base aliada faltam nomes competitivos o bastante para disputar votos e se eleger deputado ou deputada estadual. Com isso, a gente pode entender que no grupo que apoia o casal Darrot existem companheiros bons mesmo para isso aí, apoiar o projeto de outras lideranças um tanto mais aquinhoadas de capital, sobretudo político-eleitoral. E olha que por ali se tem o vice-prefeito Gleysson Cabriny (PSDB), uma ex-deputada estadual, Dária Rodrigues (PP), vereadores e secretários municipais. Talvez não seja exagero dizer tratar-se do primeiro time da política local de hoje em dia.

A opção por lançar um nome de político de Goiânia pode ser uma jogada de alto risco. Afinal, pense bem se o escolhido pelo casal terminar mal votado em Trindade e, pior ainda, for derrotado? O desgaste será enorme e o cacife político de quem terá ainda dois anos de mandato à frente da Prefeitura Municipal reduzirá absurdo. E essa escolha parece revelar, a propósito, que os principais líderes tucanos trindadenses têm dúvidas quanto ao poder de fogo eleitoral do vice-governador José Eliton (PSDB), que deverá tentar um mandato para chamar de seu no comando do Governo de Goiás, para 2019-2022. Ou seja, o nível de confiança nos aliados está baixo toda vida.

Claro, e existem adversários lutando para chegar ao poder ou lá continuar. Inclusive, vale lembrar, há um deputado estadual, Dr. Antônio (PR), que, com certeza, estará outra vez pedindo votos aos mais de 78.166 eleitores (um pouco mais, um pouco menos), sendo 41.541 mulheres e 36.625 homens, que deverão ir às urnas neste ano. Recorde-se que nas eleições municipais de 2016, Dr. Antônio concorreu e perdeu, mas conquistou 22.011 votos naquela peleja. Imaginemos um cenário no qual o candidato de Goiânia, apoiado pelo prefeito e a primeira-dama, perca a disputa e, por outro lado, um deputado contrário seja eleito. Todo mundo sabe que política é um trem custoso demais da conta, daí podem surgir dificuldades extras, até porque, na última metade do mandato, sem a perspectiva de reeleição, o poder de fato, igual a areia pelos vãos dos dedos, costuma ir escapando à medida em que o tempo passa.

Continuando para terminar isso aqui o mais rapidamente possível, pragmática como costumam ser os empresários, homens e mulheres, Daírdes Darrot justificou sua posição lembrando que “O Marconi, braço direito do Jânio Darrot, sairá, precisaremos de um deputado para resolver nossos problemas e levar emendas parlamentares”. Para qualquer prefeito que tem no governador do Estado um braço direito, a possibilidade de passar a não ter sequer um deputado à mão, deve ser angustiante mesmo.

Ficaremos sabendo muito em breve “com que roupa”, melhor dizendo, com que candidatos a base aliada sairá a campo na temporada 2018 de caça ao voto. Nunca é demais repetir que o jogo nos bastidores ainda não está concluído, pois a "janela partidária" ainda estará aberta até o dia 7 de abril e até lá muita coisa pode mudar. Ah, em tempo! É sim, “política é igual a nuvem”, dizia Magalhães Pinto (1909 – 1996): “Você olha e ela está de um jeito; olha de novo e ela já mudou”. Aguardemos os próximos capítulos.


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