Poetizando, com Carlos Botelho

Fagulhas do Invisível

”Silêncio de Novembro”

Ilustração com imagem do Canva


Hoje o tempo amanheceu mais lento,

como se o vento soubesse que é dia de lembranças.


As vozes que um dia nos chamaram pelo nome

agora falam em outra linguagem -

a da brisa, da memória, do coração que ainda escuta.


Não há dor em relembrar,

há apenas a ternura de saber

que o amor não termina com o corpo,

nem o afeto se dobra ao tempo.


Eles estão nas entrelinhas dos dias,

nos gestos que herdamos sem perceber,

nas palavras que repetimos com o mesmo tom.


E quando a saudade se acende,

é apenas o modo que a eternidade encontra

de nos tocar por dentro.


Hoje, o silêncio não é vazio - é presença.

Porque ninguém parte de verdade

de quem aprendeu a amar.


Carlos Botelho

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