Falando só um pouquinho sobre relacionamentos na era dos smartphones
Essa
eu preciso contar aqui para vocês que de vez em quando dão uma
olhada nas notinhas postadas por este blogueiro. É o seguinte.
Estava a almoçar em um restaurante no centro de Goiânia hoje mesmo
e, entre um pedaço de frango grelhado com um bocado de arroz e um
alface, mastigava e pensava, sei lá, na morte da bezerra ou coisa
que o valha.
Nisso
um grupo que ocupava uma mesa ao lado conversa animadamente. Acho que
havia ali umas cinco pessoas naquela mesa. Dois dos indivíduos, no
entanto, não conversavam com seus acompanhantes não. Falavam sim
aos respectivos celulares. É uma espécie de nova modalidade dos
dias de hoje as pessoas se reunirem para se manter conectadas a
outras criaturas pela internet. Muito estranho isso, mas é assim que
está sendo a coisa. Sinal dos tempos? Deve ser.
Acho
esquisito esse nosso costume de manter o celular ligado o tempo todo
sendo que ninguém titubeia em atender a qualquer chamada, mesmo no
auge de uma conversa animada com amigos. Até nas reuniões de
trabalho se o celular toca o sujeito faz qualquer coisa menos deixar
de atender à ligação, não raras vezes interrompendo os trabalhos.
Fica parecendo que a pessoa ali na frente, no olho no olho, é menos
importante do que aquela outra que está chamando pelo telefone.
No
caso do grupo em questão, tudo bem. Terminadas as ligações o papo
voltou a fluir normalmente como tem sido desde que o celular deixou
de ser privilégio de uns poucos para tornar-se uma espécie item de
primeira necessidade para todos, de jovens até a galera da terceira
idade. A proximidade presencial parece estar perdendo um pouco da
importância para o contato virtual entre as pessoas. Fazer o quê,
né?
Ao
mesmo tempo outra cena me chamou a atenção. Uma jovem senhora se
serviu, pesou a comida e caminhou para uma mesa onde repousou o
prato. Um homem que a acompanhava e já havia se servido também,
levantou-se, deu a volta em torno da mesa, afastou a cadeira para que
a mulher se sentasse. Cavalheirismo à moda tradicional, minha gente.
Confesso que fazia tempo que não via coisa parecida por aí não. E
tudo na maior tranquilidade.
O
casal continuou o almoço e conversando e pude perceber enquanto lá
permaneci que os dois não colocaram aparelhos celular em cima da
mesa não. Pelo menos naquele momento lá o principal era conversar
mesmo em velho estilo do fala que eu escuto, olho no olho. Mas que
essa coisa está talvez não com os dias contados, mas passando por
mudança, não dá para negar. E falando a verdade não começou
agora não, vem desde os dias em que as famílias puseram a televisão
na sala e passaram a dar mais atenção às coisas exibidas na
telinha do que às pessoas sentadas diante do aparelho.
É
interessante como as coisas vão mudando, os costumes, os
comportamentos, enfim, a vida. Num mesmo ambiente e ao mesmo tempo,
dei de cara com exemplos de algo muito recente, a comunicação
truncada, impessoal, nos relacionamentos atuais em que muitas vezes a
presença física faz pouca diferença, pois as pessoas estão agora
conectadas pelos smartphones e tablets no Twitter ou Facebook ou
ainda no tal do WhatsApp. Mas ainda há gente que valoriza o
tête-à-tête com o outro, principalmente em se tratando da outra.
Pois então. Era só isso.
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