Entrevista: Demétrius Galinos Contoyannis

Rotariano é aquele que tem como ideal servir à comunidade, afirma Demétrius Galinos


Demétrius Galinos, governador de Rotary International.
Mineiro de Uberaba, com ascendência grega, casado, formado em Engenharia Civil e em Economia, empresário de administração imobiliária, rotariano há 26 anos, Demétrius Galinos Contoyannis é o principal líder do Rotary International no distrito 4530, uma área geográfica que congrega Rotary Clubes de parte de Goiás, do Distrito Federal e do Tocantins, que ao todo somam 70 clubes, esteve liderando o grande encontro de rotarianos neste feriado prolongado, de 30 de abril a 2 de maio, no Clube do Exército, em Brasília.

A 60ª Conferência Distrital é o momento de, nas palavras do governador Demétrius, “conferir” o resultado das ações dos Rotary Clubes do distrito. No total, existem 400 projetos de cunho humanístico em andamento em várias unidades rotárias sob a liderança de Demétrius Galinos, que comanda um exército formado atualmente por 1.503 rotarianos, homens e mulheres devotados à causa do “fazer o bem sem olhar a quem”. Neste grande evento rotário houve 1.065 participantes, entre rotarianos e senhoras, bem como jovens interactianos e rotaractianos e convidados, segundo dados da comissão organizadora. Veja a seguir os principais trechos da entrevista exclusiva de Demétrius Galinos ao Blog do Sérgio Vieira (BSV):

BSV – Qualquer pessoa pode via a ser um rotariano?
Demétrius Galinos – O Rotary é um clube de líderes, né? O Rotary é um clube composto por representantes de toda atividade profissional reconhecida. O Rotary é composto por líderes na comunidade e na sociedade. Basta que ele, o cidadão comum, tenha o convite de algum rotariano para participar da nossa organização.

BSV – É bom ser rotariano?
Demétrius Galinos – Ser rotariano é a melhor coisa do mundo. O rotariano é um sujeito, uma pessoa, que tem na cabeça um lema muito grande, que é o “Dar de si antes de pensar em si”. Qua do a gente vê os jovens, os idosos sendo atendidos nos nossos projetos humanitários, a gente fica feliz, a gente fica satisfeito. O nosso salário é mesmo o sorriso nos rostos desses necessitados.

BSV – Por quê ser governador de Rotary?
Demétrius Galinos – É um ideal que a gente tem, conforme já disse, de fazer o bem pelas comunidades, de estar aí trabalhando nos mais variados projetos e comandar esses 70 Rotary Clubes do nosso distrito é um prazer, é muito gratificante, a gente aprende muito, a gente conhece novos amigos, a gente conhece novas famílias. Tive a oportunidade de conhecer a nossa família do Rotary Club de Trindade quando, em visita oficial, no ano passado, fui muito bem recebido naquele Clube. Fiz um passeio pela cidade, conhecemos a Basílica de Trindade, conhecemos a Fundação Rotária aí de Trindade, tivemos visitando os projetos e é muito gratificante estar neste cargo enquanto governador. A vantagem do Rotary é que o nosso mandato, a nossa gestão, é de apenas um ano, e a roda gira. O nosso próprio símbolo já diz isso. Em um ano a gente conhece todo o distrito e próxima governadora, que é de Anápolis, ela já está se preparando aí para assumir o distrito e prestar o mesmo serviço.

BSV – Qual é a principal experiência que o senhor adquiriu neste ano, no exercício desse atividade? O que o senhor destacaria?
Demétrius Galinos – Acho que a principal, na realidade não é experiência. Eu exerci uma virtude muito grande do ser humano, que passa a ser a tolerância. A gente, através da tolerância, sabe lidar com os companheiros, sabe lidar com as suas vaidades, sabe lidar com as suas vontades e aproveitar cada uma dessas virtudes em prol do bem comum, em prol de ajudar a comunidade.

BSV – O senhor termina esse período seu, essa governadoria com a sensação de que o senhor fez o possível ou conseguiu superar as expectativas?
Demétrius Galinos – Quem faz o possível são os cidadãos comuns. Nós rotarianos fazemos muito mais do que o possível. Cada um de nós doa boa parte do seu tempo, boa parte da sua experiência, boa parte do tempo que gostaria de estar em casa com a sua família ou estar cuidando dos seus negócios em prol dos projetos de cada um daqueles 70 Rotary Clubes que lhe disse. Nós estamos aqui hoje, nesse evento, na Conferência Distrital, o próprio nome já diz, para conferirmos o resultado que auferimos nesse ano. Quem fez simplesmente o possível, está com o resultado mediano. Agora, nós temos casos aqui de Clubes que apresentaram projetos que parecia impossível, mas são apresentados com resultados hoje concretos e factíveis. Nós tivemos aí a oportunidade de levar o nosso representante do Rotary International que está aqui em Brasília participando da nossa Conferência Distrital, para conhecer apenas 5 projetos do nosso distrito. Nós temos hoje mais de 400 projetos humanitários em andamento nos 70 Rotary Clubes do distrito. Eu levei-o a cinco aqui nas proximidades de Brasília. Levamos ele para conhecer o nosso Banco de Leite, comandado pelo Rotary Clube Taguatinga Norte; levamos ele para conhecer o nosso Projeto Visão, do Rotary Clube Taguatinga Oeste; levamos ele para conhecer o nosso Projeto Odontológico de Atendimento à Comunidade Carente no Riacho Fundo 2, patrocinado pelo Rotary Clube Park Way-Águas Claras; levamos ele para conhecer o nosso Projeto de Alfabetização Cidadã que esse, sim, é um projeto que reúne mais de 10 clubes aqui da região do Distrito Federal juntamente com a Fundação de Rotarianos de Brasília.

BSV – Como está, na sua opinião, o rotarismo no Centro-Oeste brasileiro?
Demétrius Galinos – No Centro-Oeste, na nossa região, o distrito 4530, composto por boa parte do Estado de Goiás, paralelo Norte de Goiânia que vocês conhecem é uma cidade dividade de Leste a Oeste pela Avenida Anhanguera. Da Avenida Anhanguera para o Norte os Rotary Clubes dali pertencem ao nosso distrito, juntamente com todo o Distrito Federal e todo o Estado do Tocantins. Nessa região nós tivemos um crescimento muito grande do Rotary. Desde quando ele foi criado em 1989 até hoje. Em 1989, nós tínhamos nessa mesma região 1,1 mil rotarianos, hoje nós estamos com 1,6 mil rotarianos. Naquela ocasião nós tínhamos 46 Rotary Clubes, hoje contamos, conforme já disse, com 70 Clubes. Então, o rotarismo na nossa região tem sido bastante profícuo, o que não está acontecendo com o Brasil, como um todo, porque nós estamos aí patinando em torno de 56 mil associados no Brasil inteiro e esse número tem se tornado estático nos últimos 10 anos, infelizmente, porque às vezes as pessoas não convidam os seus amigos, não convidam os seus familiares, não convidam os seus líderes da comunidade para participar do Rotary e ali estamos perdendo novos talentos, estamos perdendo outras pessoas que possam dar a mão para que nós possamos tornar real esse sonho.

BSV – Qual é a marca do Rotary no Brasil hoje, em sua opinião?
Demétrius Galinos – A marca do Rotary no mundo é a erradicação da poliomielite. Essa é uma meta maior que o Rotary se propôs no ano de 1985 e eu tenho até me surpreendido porque quando vou fazer palestra para jovens, o nosso RYLA, o nosso prêmio de liderança juvenil, instituído pelo Rotary International, eu tenho me surpreendido bastante ao levar esse recado e quando digo aos jovens se eles conhecem o que é a poliomielite, pouquíssimos sabem o que é a poliomielite e aí eu digo graças a Deus que poucos sabem, porque a poliomielite, graças aos esforços do Rotary International foi erradicada do Brasil desde 1989 e nós ainda, infelizmente, temos três países que apresentam o vírus ainda endemicamente, o Paquistão, o Afeganistão e a Nigéria, que inclusive, graças a Deus, parece que nos últimos 8 meses não tivemos nenhum caso de poliomielite ainda. Então, será um país que brevemente se verá livre do vírus. E o nosso objetivo, traçado pelo presidente do Rotary International... um taiwanês que hoje no comando do Rotary International, nós pretendemos erradicar o vírus da poliomielite da face da terra até o ano de 2018, se Deus quiser.

BSV – Rotary não é uma coisa assim de elite?
Demétrius Galinos – Não, Rotary não tem nada de elitismo. Nós somos, pelo contrário, um clube de prestação de serviços, onde todos os líderes, de qualquer setor da sociedade, são bem-vindos. Por quê líderes? Porque esses líderes podem envolver a sua comunidade. Esses líderes podem dar ao clube a notícia do que a comunidade precisa. Não adianta nós nos reunirmos aqui e tentarmos fazer um projeto, por exemplo, de aleitamento materno, sendo que a comunidade não necessidade daquele tipo de serviço. Eu me vi no meu clube há cinco anos com dez cadeiras de rodas encalhadas porque a comunidade porque não estava mais precisando daquele tipo de serviço. Então os líderes são para isso. Os líderes são para informar ao clube o que se deve fazer, a orientar os companheiros como trabalhar, são para ajudar na formação de uma sociedade mais justa.

BSV – Vale a pena ser governador do Rotary International?
Demétrius Galinos – Vale muito a pena. Eu conclamo a todos os rotarianos, porque a condição para ser governado de Rotary é ter, pelo menos, 7 anos de Rotary e já ter sido presidente de algum clube de Rotary, mas eu conclamo a todos os rotarianos, a todas as lideranças rotárias, os presidentes, os governadores assistentes do nosso distrito que estudem mais Rotary, que leiam mais a respeito de Rotary que acessem os nossos sites do Rotary, né? O nosso site é o http://www.rotary4530.com.br e tem informações valiosíssimas de Rotary, tem todas as nossas Cartas Mensais, tem a nossa equipe distrital, tem tudo lá formatado desde 1989, os programas de prestação de serviços no campo humanitário estão lá consignados todos os do distrito. Então eu conclamo a todos os rotarianos. Por quê não serem governadores de distrito? É gratificante, eu posso assegurar.

BSV – E o balanço dessa 60ª Conferência Distrital que o senhor comandou e está hoje no seu último dia?
Demétrius Galinos – O balanço é bastante positivo. Graças a Deus é um tempo de conferência, é um tempo de conferir o resultado de cada clube. E nós já distribuímos aqui mais de 60 troféus de reconhecimento a esses clubes por tudo o que fizeram, pelos projetos humanitários que fomentaram na sociedade, pela formação do companheirismo, porque o rotariano ele passa a fazer parte de uma família de 1,2 milhão de associados que temos no mundo inteiro e estamos presentes em mais de 200 países. O Rotary é a única Organização Não Governamental do mundo a ter cadeira na Organização das Nações Unidas (ONU). Nós temos uma cadeira cativa na ONU. Muita gente teria vontade de ter essa cadeira e o Rotary hoje tem voz ativa na ONU. Através de todos os clubes nós somos mais de 34 mil clubes de serviços no mundo e todos eles nessa mesma ocasião estão fazendo as suas conferências distritais, apresentando os seus resultados, apresentando as formas de contribuição para a Fundação Rotária. Esse ano, graças a Deus nós atingimos a nossa meta de passados de 100 mil dólares de contribuições para a Fundação Rotária, que financia aquela erradicação da poliomielite que falei agora há pouco. Eles pagam essas vacinas. Todas as doses de vacinas são pagas pela Fundação Rotária, cada vacina aplicada no mundo custa 1 dólar e com vários parceiros nós conseguimos chegar lá. Esses 100 mil dólares que foram doados aqui nessa Conferência fazem parte desses fundos, nos temos vários parceiros, a Upis, a Universidade aqui de Brasília que tem uma parceria muito grande aqui com a gente, o nosso seguro solidário através da Porto Seguro e da Itaú também que colaboram com a gente e todos os outros parceiros do distrito, os companheiros que já doaram mais de 10 mil dólares cada um, todos eles à sua forma e à sua possibilidade contribuem para que os resultados apresentados nessa Conferência sejam os mais positivos possíveis.


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