Felizmente, mãe é mãe

O mundo, a sociedade, a família estão mudando mas as mães permanecem...


Hoje é Dia das Mães, né não? Tempo bom para, além de comemorar a data sentado à mesa com aquela que nos trouxe à vida, pensar um pouquinho sobre família. Bem, eu acho. Penso que a gente não devia desperdiçar momentos assim para refletir sobre questões familiares nos dias de hoje. Afinal de contas, bebida e comida são, na verdade, itens indefectíveis nas celebrações, mas convém dar um tempo nessa correria doida da vida dita moderna para verificar como andam as coisas nas famílias. 

Veja, por exemplo, o desafio enorme da atualidade que é criação de filhos. Falo aqui da educação, evidentemente. Isso não é nem nunca foi tarefa fácil, diga-se. Todas as épocas têm lá as suas especificidades próprias relacionadas aos problemas de se cuidar da prole. Não é brincadeira não. Mas nos ocupemos do nosso tempo mesmo. A família como a gente era acostumado está em mutação. Nos últimos anos então a coisa vem se transformando numa rapidez vertiginosa e nem captamos realmente como as coisas estão acontecendo e para onde caminham.

Na ânsia de ganhar mais dinheiro para enfim conquistar o melhor padrão de vida possível para si próprios e para os filhos, os pais de hoje em dia trabalham como se o sentido da vida esteja ali naquele quadradinho dos respectivos contracheques onde lê “Valor líquido”. Se no mundo não há “jantar grátis”, como dizia aquele economista lá dos “isteites”, convém que cada um cuide para arcar com custos das refeições, importante dizer.

Mas se fosse só isso, dava-se um jeito. Ocorre que há ainda alimentação, escola, do maternal até a faculdade, que custa os olhos da cara, além do absurdo de se pagar impostos para manter serviços públicos feito o de Educação mas muitas vezes a família se vê diante da melhor opção matricular os pequerruchos nos estabelecimentos de ensino da rede privada. Ou seja, o cabra paga duas vezes pelo mesmo serviço. Bom, porém a coisa é mais complicada do que isso aí, nunca é demais salientar.

As coisas estão mudando, as pessoas querem crescer mais, todo mundo quer ter liberdade mesmo de escolha. Aquele negócio lá do livre arbítrio, sei lá. O que sei de verdade é que realmente tudo que um antes foi “sólido” hoje está, digamos, “se desmanchando no ar”. E fazer o quê num ambiente mutável desses? Aí a porca torce o rabo, minha gente. Não é fácil fazer a opção correta, se é que isso existe, tampouco não se sabe da “receita de bolo” infalível para criar filhos bacanas para esse mundo maluco.

E por pensar assim é que tenho a impressão de que as mães são seres meio malucas mesmo. Ou por outra, são seres com características divinais. Ora, tem que ser algo divino essas criaturas que nascem “programadas” para gerar a vida e, mesmo rompido fisicamente o cordão umbilical, nada as separa das suas crias pelo resto da vida. É um mistério de Deus esse sentimento, esse amor. No fim das contas acredito que é por isso que mesmo com as mutações sociais refletidas no seio familiar as coisas acabam se ajeitando.

Toda criatura quer o colo de mãe e aí está a essência do que a gente entende e reconhece como família. Dificilmente (olha eu fazendo média com todos os outros mortais bípedes racionais...), além das mães, alguém consegue conjugar o verbo amar em todos os tempos, flexões e pessoas, como as mães o fazem dia sim e outro também, e nas 24 horas do dia? É, o mundo está mudando e as famílias, idem. Felizmente, mãe é mãe!



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