Dirigente da Regional Trindade do Sintego faz balanço das atividades

"Temos que ficar lutando em várias frentes, pois estão sempre atentando contra direitos dos trabalhadores"


Alaor Dorneles de Oliveira (foto acima) é um dos nomes mais importantes da área da Educação em Trindade. Professor aposentado da rede estadual de ensino, Dorneles construiu uma sólida e respeitada carreira como gestor escolar, tendo sido diretor, por vários anos, do então Colégio Estadual Divino Pai Eterno, hoje Centro de Ensino em Período Integral (CEPI). Vale destacar que Dorneles está à frente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás (Sintego), Regional Trindade, com atuação em oito municípios. Conversamos com o líder sindical dos trabalhadores em Educação da rede pública, a respeito das atividades realizadas ou em curso pela atual diretoria da Regional Trindade do Sintego. Veja os principais trechos do bate-papo.

Júlio Garcia, Adriana Accorsi e Alaor Dorneles
 


Blog - Como estão as atividades do Sintego neste momento?
Alaor Dorneles - O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás (Sintego) vem desempenhando um papel extremamente importante junto aos municípios, a gente tem conversado com os prefeitos e esse ano, ao contrário do ano passado, a gente tem tido um acesso melhor aos prefeitos, mas eles se encontram mais resistentes em cumprir o piso salarial.

Blog - E os prefeitos estão cumprindo o pagamento do Piso Nacional aos professores?
Alaor Dorneles - Só para se ter uma noção, na nossa regional que são oito municípios, a gente tem que pagou integralmente o piso neste ano, somente Trindade e respeitando a carreira. Temos Abadia de Goiás que pagou 7,5%, Guapó, mais ou menos isso, dizendo que está pagando o piso, mas não respeita a carreira. Temos Campestre de Goiás que também deu um reajuste mas não respeitou a carreira dos professores. Nós temos Santa Barbara de Goiás que negociamos com o prefeito 7,5% agora em maio e o restante provavelmente em agosto. Avelinópolis a gente está também em negociação e provavelmente a gente vai ter o nosso pleito atendido. Senão tudo agora, a metade e depois o restante. Anicuns, por incrível que pareça, foi o município que junto com Trindade, que pagou o piso integralmente, 14,95%.

Blog - Há municípios onde vocês têm encontrado maiores dificuldades nas negociações pelo cumprimento do Piso Nacional?
Alaor Dorneles - Em Americano do Brasil, até o momento, nós começamos a negociação mas eles alegam que não têm condições de dar nem 1% de aumento. Então lá é onde estamos tendo mais dificuldades. Na última segunda-feira estivemos na Câmara Municipal daquele município quando os vereadores ficaram bastante sensíveis ao nosso pleito e estamos acreditando que poderemos avançar um pouco em Americano do Brasil.

Blog - A pauta de vocês está meio em torno do Piso Nacional ou há outros pontos relevantes?
Alaor Dorneles - Então, no geral, a luta tem sido difícil, mas, evidentemente, que ela não tem sido deixada de ser feita. A gente tem procurado encaminhar as demandas com os companheiros e agora temos essa questão do Ipasgo. A gente tem que ficar lutando em várias frentes, porque sempre eles estão tentando afetar direitos adquiridos, afetar direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Blog - Falando em Ipasgo essa decisão de se mexer na personalidade jurídica e na gestão do Instituto merece atenção de todos os servidores, não é verdade?
Alor Dorneles - Essa questão do Ipasgo tem nos preocupado muito e a gente vai ter uma audiência pública, na segunda-feira (10), às 15h, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), para continuar essa discussão, para clarear para nós o que eles estão querendo fazer com o Ipasgo. Então a gente acha que não é coisa boa porque quando é contra o trabalhador são sempre coisas ruins, mas é isso.

Blog - Vocês receberam a visita de cortesia, na quinta-feira (6), da deputada federal Adriana Accorsi (PT), foi isso mesmo?
Alaor Dorneles - Agora recebemos a visita da deputada federal Adriana Accorsi, que é uma parceira do Sintego. Ela sempre esteve conosco na luta, sempre junto conosco apoiando, desde quando era deputada estadual, e agora mais importante ainda, no governo federal, como deputada, levando as nossas demandas ao Ministério da Educação.

Blog - A propósito, vocês têm tudo motivo para comemorar com o novo governo federal?
Alaor Dorneles - Temos uma grande vitória em nível nacional. A gente queria, na verdade, a revogação do novo ensino médio, mas a gente conseguiu, pelo menos, uma vitória temporária que foi a suspensão da aplicação do ensino médio por 60 dias e, nesse prazo, a gente vai estar discutindo para ver se a gente consegue a revogação total e, evidentemente, a implantação de um ensino médio que atenda as necessidades dos trabalhadores e dos alunos trabalhadores.

Blog - Então o balanço que você faz é positivo. E como tem sido o relacionamento com o governo estadual, sob Ronaldo Caiado (UB)?
Alaor Dorneles - Então, é muita coisa a ser feita, muito trabalho a ser desenvolvido, mas com muita coragem, com muita fé, a gente tem feito o dever de e casa e levando até aqueles que têm que ser, que são os gestores dos municípios, as demandas dos companheiros e companheiras, mas a nível estadual a gente tem sofrido muito, o governo Caiado tem sido um governo extremamente autoritário, um governo que não negocia com a classe.

Blog - Há alguma de decisão de vocês para ser implementada nos próximos dias?
Alaor Dorneles - Tivemos uma assembleia, no dia 22, quando desenvolvemos uma pauta de atividades. A primeira já foi realizada, a entrega de uma carta a todas Coordenadorias Regionais do Estado de Goiás. Vamos ter o dia 20 que será o dia "twittaço" e vamos ter também a visita às Câmaras. A nossa, aqui em Trindade, será na segunda-feira (10), quando entregaremos aos vereadores uma carta contendo as nossas reivindicações e aproveitando também e levando a nossa pauta do município que é a aprovação do Plano de Carreira dos funcionários administrativos e monitores. Na terça-feira (11), iremos a Abadia de Goiás para uma visita à Câmara quando entregaremos esse documento para o município e também vamos fazer a entrega às autoridades religiosas desse documento, até para que elas saibam o que realmente está acontecendo no Estado de Goiás.

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