Privatização e corrupção


Sempre fui e sempre serei contra todo tipo de privatização, terceirização, “parceria” ou coisas do gênero envolvendo patrimônio público. Privatização rima com corrupção. Aliás, privatização é a nova cara da corrupção. Repassam à iniciativa privada o patrimônio público, e em muitos casos, os próprios governantes viram sócios das empresas que vão usar o que é do povo para enriquecer seus proprietários, e claro, o político que “ajudou” na privatização.

Privatização rima com corrupção e também com incompetência. Quem privatiza assume que não dá conta de administrar e repassa a terceiros a tarefa que o povo lhe confiou. E não adianta dizer que terceirizar resolve todos os problemas, como diz aquele pastor candidato à presidência. Aqui em Goiás temos vários exemplos de privatizações fracassadas, apesar da propaganda oficial dizer o contrário.

O transporte coletivo é privatizado e pra ser comparado ao resíduo sólido que bebês deixam na fralda precisa melhorar muito. O serviço de telefonia no Brasil foi privatizado e hoje só funciona perfeitamente dentro de presídios. A saúde estadual em Goiás foi privatizada. Reduziu em até 75% o atendimento, fechou as portas e seleciona os pacientes mais rentáveis. A Comurg terceirizou sua frota de caminhões e o lixo tomou conta da cidade. Enfim, terceirizar não significa trocar a incompetência nata do “Estado” pela “competência” da iniciativa privada. Significa apenas que empresas vão ganhar dinheiro usando o que é nosso, e políticos vão enriquecer mais ainda com a “mãozinha” que recebem por repassar patrimônio público para amigos e apaniguados.

E nessas eleições de 2014 a gente ouve muito pouco os candidatos falarem sobre este grave problema do Brasil que é a tabelinha privatização/corrupção. Com exceção dos partidos mais à esquerda, os demais querem é mais privatização, mais terceirização, mais “parcerias” e outros nomes que dão à dilapidação do patrimônio do povo em nome de uma suposta “competência” privada. É tanta privatização, tanto repasse de responsabilidade, que daqui a pouco o povo vai perceber que os governantes "privatistas" abriram mão de governar, e portanto, são mais inúteis do que já são.











Laerte Junior é jornalista, comunicólogo e anarquista também,
hoje trabalha nas Rádios Difusora (AM) e Terra (FM).


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