Refletindo a respeito da necessidade de renovação na política goiana


Há 15 dias das eleições deste ano, a hora de fazer a “gata parir” está chegando com uma rapidez tremenda. Como sempre acontece o nível da campanha, em termos de acusações entre os concorrentes, tende a cair lá pela altura do calcanhar mesmo. Nada que possa ser considerado assim, digamos, algo inédito em disputas políticas. No frigir dos ovos os caras perdem as estribeiras e só falam mal uns dos outros, enquanto que a apresentação de propostas factíveis ou ideias interessantes vão lá para as cucuias.

Se alguma coisa semelhante ao que está dito acima acontecer nesta reta final da campanha eleitoral 2014, ao menos para este modesto blogueiro que vos escreve, estará tudo conforme o script das disputas por cargos públicos na máquina do Estado, em terras brasileiras. Normal. Falando sério, ficarei mesmo impressionado é se não houver gritaria, sobretudo dos concorrentes posicionados na rabeira, segundo os números das pesquisas de intenção de votos que serão divulgados de agora até antes das eleições.

A atual campanha está fraca absurdo, mais água com açúcar seria impossível. O povo de um modo geral não está nem aí para a disputa entre os mesmos grupos políticos de sempre, liderados pelos mesmos caciques também. E isso já faz algum tempo. Bem uns 15 anos que vem eleição, vai eleição, e a gente daqui da insignificância de quem paga impostos e é obrigado a votar, sob pena de pagamento de multa dentre outras sanções, fica só observando o Iris Rezende (PMDB) e seu grupo brigando pelo comando do Governo de Goiás com Marconi Perillo (PSDB) e seus seguidores.

De fato, essa peleja entre iristas e marconistas já cansou a beleza da maioria do distinto público votante. No caso das atuais eleições, não deu para o Vanderlan (PSB) nem para o Gomide (PT). Salvo venha a ocorrer algo muito fora do roteiro, na disputa para valer os dois concorrentes são, no máximo, coadjuvantes. Fazer o quê? Os caras não conseguiram formar chapas e coligações mais competitivas. Superestimaram as possibilidades de cada um e deu no que estamos vendo aí, a reedição de uma briga política iniciada lá em 1998, quando o então tido como imbatível Iris perdeu o posto para Marconi.

Todo mundo sabe que espaço em política não fica vazio e ninguém sai da posição em que se encontra, por livre e espontânea vontade, a fim de ceder o lugar para outro em nome da alternância. Quem quer um lugarzinho ao sol ou à sombra na política tem que brigar por isso. Então, gente querida que vez ou outra visita este blog, é bobagem esperar que Iris e Marconi vão se afastar para quem quer que seja tornar-se protagonista no cenário político goiano. Se alguém pretende chegar lá terá que ter coragem de ir à luta.

Mas a vida nos dias de hoje está numa dinâmica vertiginosa, as coisas estão mudando, costumes idem, valores também, concepções de mundo pela mesma forma, só o jeito de fazer política é que ainda dá fortes sinais de resistência. Porém vai haver mudança sim inclusive neste aspecto. Claro, falando agora como torcedor. E nessa direção seria interessante demais que os próprios políticos de ponta, caso hoje de Marconi, da situação, e Iris, da oposição de maior peso, trabalhassem para viabilizar o aparecimento de outros nomes, de gente não digo mais nova segundo a certidão de nascimento, mas diferente. Afinal, os mesmos caras, com as mesmas ideias e práticas, cada um a sua maneira, dificilmente vão fazer coisas diferentes do que já vimos acontecer. É ou não é?

De cara, salta à vista a necessidade de se contar com dose generosa de desprendimento pessoal de políticos. Não é fácil. Pior ainda é saber que em torno de um líder orbita uma série de interesses materializados em pessoas cuja ação tem sentido apenas enquanto seguidores deste ou daquele político. E, no geral, ninguém quer perder o referencial ou a expectativa de chegar ao poder ou, lá estando, perder, como direi, a “boquinha”. Acho isso um belo desafio para os “brasileiros e brasileiros” de agora.


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