E na sexta-feira haverá licitação para construir nova rodoviária em Trindade

Concorrência pública para uma obra estimada em até dois milhões de reais decidida por poucos



Vista da Rodoviária de Trindade que dará lugar a um novo terminal.



Caso não aconteça nenhum contratempo, depois de amanhã, próxima sexta-feira (12), às 9h, na sede da Prefeitura Municipal de Trindade, será realizada a licitação, na modalidade concorrência pública, para contratar empresa com o objetivo de se construir um novo terminal rodoviário na “Capital da Fé” e no mesmo local onde está aquela velha rodoviária de guerra, erguida à época da gestão do saudoso prefeito Pedro Pereira da Silva, nos idos de 1970 a 1972, entre as Ruas 8 e 11, na esquina com a Avenida Francisco Paulo Ramos, Centro da cidade.

Segundo informa a Prefeitura Municipal, convênio assinado com o Ministério do Turismo, viabilizará esta empreitada cujo custo estimado deve bater na casa dos R$ 2 milhões. Pela carestia do momento, é possível prever que o Erário trindadense deverá entrar com alguns trocados para finalizar a empreitada. O que eu acho disso? Ora, entre deixar como está ou fazer alguma coisa, parece ser de melhor alvitre que se faça um novo prédio, mas poderia ao menos ter sido discutido com a comunidade.

Muito bem, quem conhece a atual rodoviária, sabe que ali funciona como origem e destino de viagens intermunicipais realizadas por, pelo menos, 5 empresas, chamadas de viações, a saber, Andorinha, Catedral, Goianésia, São Luiz e União. Agora, o grande fluxo de passageiros, na verdade, tem a ver com as idas e vindas diárias no trajeto Trindade–Goiânia e vice-versa, operacionalizadas inclusive pela Metrobus.

Mas o que me chama a atenção neste e em outros casos parecidos, é a forma como as decisões são tomadas. É tudo de um modo isolado, poucos participam das conversas e os destinos de uma cidade vão sendo traçados sempre por uns e outros camaradas iluminados, ocupantes de postos de comando da máquina pública. É assim também nas esferas federal e estadual, não há como negar.

Já reparou que o camarada ao ser eleito e empossado nos cargos de prefeito, governador de Estado ou presidente da República assume uma espécie de capacidade de pensar por todos os demais em seja lá o tema que for? Confortavelmente instalado no poder, o político se sente como se o povo lhe tivesse concedido um cheque em branco, muitas vezes. Qualquer pergunta a respeito do porquê se decidiu fazer isso ou aquilo, assim ou assado, e Sua Excelência e vários de seus diletos colaboradores se sentem como que agredidos.

Veja o caso do presidente da República Michel Temer (PMDB), que encasquetou mesmo com esse negócio de fazer reformas trabalhista e, sobretudo, da previdência. Escoltado por Henrique Meirelles, ministro da Fazenda e Previdência, presidente Temer e equipe defendem a decisão reformista na base do é isso ou virá o caos. Quem não concorda está contra o Brasil. É ou não é assim?

De minha parte, penso que, principalmente nos municípios, uma disposição maior do prefeito e assessores para discutir ao menos com representantes de segmentos organizados da sociedade, seria algo assim muito bem-vindo. Isso porque, neste caso em Trindade, conversei com umas seis ou sete pessoas atuantes no município a respeito dessa obra e nenhuma delas me disse ter tido conhecimento anterior das tratativas para a construção de um novo terminal rodoviário para substituir o antigo e no mesmo lugar.

É que os tempos mudaram, as pessoas, talvez não todas, porém muitas delas, querem ser ouvidas pelas autoridades nos momentos de decisões que afetam a vida da população inteira. E vale lembrar que a conta chega para ser paga por todos na forma de tributos diretos, indiretos, bem como na qualidade de vida que pode melhorar ou piorar em consequência do que se decide fazer nos gabinetes dos poderosos.

E desse modo a coisa toda vai sendo conduzida, um dia a gente acorda e estão construindo, por exemplo, um Portal da Fé; o cabra cai nos braços de Morfeu e de lá é retirado pela zoeira de homens e máquinas em ação num canteiro de obras qualquer. Pois é, pois é, pois é. Gestão pública nessa “terra em que se plantando tudo dá” funciona assim mesmo. E mais não digo nem me foi perguntado.

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Corrigimos:
Havíamos afirmado equivocadamente que a atual rodoviária foi construída à época da gestão do saudoso prefeito Dilson Alberto de Sousa, nos idos de 1976 a 1982. O correto é prefeito Pedro Pereira da Silva.


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