Candidatos que perderam as eleições e candidato que ganhou mas não levou...

Dando uma espiada no resultado das eleições para deputado (estadual e federal), realizada no domingo (5), neste Brasil de meu Deus, fiquei pensativo a respeito do que aconteceu com alguns candidatos, homens e mulheres donos de longa e exitosa trajetória na política goiana. No entanto, as conquistas de ontem não garantem o sucesso no amanhã de seu ninguém. Como diz o ditado, o sujeito precisa matar um leão por dia se quiser permanecer no poder. Mesmo assim, nem sempre o vento é favorável.

Veja bem você, intrigado internauta que uma ou outra vez visita este blog. Como deve ficar a cabeça, a disposição de continuar na luta política, de alguém como o Sandes Júnior (PP), deputado federal que obteve agora 74.980 votos, mas não foi eleito? Ah, deve ser um sensação desagradável, não é verdade? Afinal, só de imaginar a quantidade de gente que representa esse “tantão” de votos já fico cansado. Mesmo assim, o sujeito vai ter que voltar para a planície e recomeçar a peleja novamente. Claro, não digo do zero, mas recomeço é sempre recomeço. Filosofei agora, perdão.

Outro que sofreu um revés complicado foi o Valdivino de Oliveira (PSDB), que nestas eleições arrebanhou minguados 20.033 votos. Digo isso em comparação à votação necessária para se chegar a uma das 17 cadeiras que a bancada goiana detém lá na Câmara dos Deputados, em Brasília. Quem teve menos votos e foi eleito agora, somou 77.925 votos, o Pedro Chaves (PMDB). Falar em 20 mil e poucos votos, diante disso, soa fácil. E Valdivino é atual deputado federal, foi secretário de Estado em Goiás e no Distrito Federal, vice-prefeito de Goiânia, dentre outras importantes funções públicas, além de presidente do Atlético Clube Goianiense. Apesar de tamanha experiência e exposição, Valdivino recebeu uma votação modestíssima.

Antônio Faleiros (PSDB) é outro figurão da política goiana que não se deu bem nas eleições deste. O cara é ex-deputado federal, ex-secretário de Estado da Saúde por diversas vezes, mesmo assim, ao concorrer novamente ao cargo de deputado federal eis que sua votação ficou em 44.655 votos. Não é pouca coisa de jeito nenhum. Todavia, absolutamente insuficiente, longe demais da conta, para se conquistar um lugar entre os 17 parlamentares da bancada goiana em Brasília. Eita, briga custosa.

E o cantor sertanejo, verdadeiro ícone da música brasileira, José Rico (PMDB), aquele lá da dupla com o Milionário? Dono de uma das vozes mais potentes e bonitas da música deste “país em que se plantando tudo dá”, José Rico cismou de querer virar deputado federal e escolheu Goiás para trilhar esse caminha na “estrada da vida”. Apurada a votação, eis que José Rico recebeu 26.086 votos e, evidentemente, não deu para botar terno e gravata e ir despachar em sala com ar-condicionado na Câmara dos Deputados, no período de 2015-2018, em Brasília. Muito menos fazer discurso na tribuna do Congresso Nacional. José Rico continuará tendo todo tempo para fazer o que realmente é seu dom divino: cantar.

Tem também o caso da Dona Iris Araújo (PMDB). Esposa do Iris Rezende, atual candidato a governador de Goiás, que está na disputa no segundo turno com Marconi Perillo (PSDB), Iris Araújo é deputada federal que tentava a reeleição, mais um mandato. Não deu, já adianto. Nas eleições de domingo passado, Dona Iris recebeu 66.234 votos. Para quem já foi eleita como a mais votada deputada federal em Goiás, superando a barreira dos 200 mil votos, convenhamos que a votação de agora foi fraca demais da conta. Uma desidratação eleitoral formidável. Deve sim mexer com a cabeça de qualquer criatura, não dá para negar.

Mas tem também uma coisa tão ou mais complicada de se entender ou aceitar, em termos de disputa eleitoral. Estou falando do caso do Jorge Kajuru (PRP), que simplesmente obteve 106.291 votos, no domingo passado. Foi o 10º mais votado de Goiás. Mesmo assim, Kajuru não foi eleito porque seu partido não alcançou o tal do coeficiente eleitoral e, dessa forma, o cara vai continuar não sendo uma “excelência” da política. Ou seja, a isso é que se chama “ganhar e não levar”. Também deve ser um trem ruim demais de se sentir. Que coisa difícil é mexer com política, meus caros brasileiros e brasileiras.


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